ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Testemunhas rejeitam versão de peão que atirou na cabeça de adolescente

Na delegacia, ele alegou que sentiu ciúmes da vítima e por isso buscou a arma usada no crime

Geisy Garnes | 29/01/2018 18:00
Bruno (de branco) se negou a falar com a imprensa (Foto: Saul Schramm)
Bruno (de branco) se negou a falar com a imprensa (Foto: Saul Schramm)

Ao contrário da versão de Adalmir Lopes Torres, 23 anos, testemunhas afirmaram que a adolescente de 16 anos ferida pelo suspeito com um tiro na cabeça, nunca agrediu o autor. Para a polícia, “Aranha” como é conhecido, premeditou o crime e tentou matar a jovem apenas por ciúmes.

O crime aconteceu na madrugada de sexta-feira, quando a jovem de 16 anos estava na casa de um amigo em comum com o autor, na Vila São Jorge da Lagoa. “Esse era o segundo encontro deles. A vítima é de Sidrolândia, no começo do mês veio a Campo Grande e conheceu o autor. Cerca de 15 dias depois voltou e marcou de encontrar ele” explica a delegada responsável pela casa Maira Pacheco Machado.

Para a polícia, Adalmir contou que em determinado momento saiu para comprar gelo e quando voltou encontrou a adolescente conversando com um amigo. “Ele contou que não gostou da proximidade dos dois, que sentiu ciúmes e por isso foi em casa, buscar o revólver”. Ao chegar na residência, o peão começou a discutir com a vítima.

Foi durante a discussão que Adelmir afirma ter levado um tapa na cara. “Ele reagiu e disparou uma única vez, na cabeça da vítima”, confirmou a delegada, reforçando que o suspeito estava a menos de um metros da menina.

A versão das outras três testemunhas que estavam na casa no enquanto não relata as agressões feitas pela vítima, apenas a discussão por ciúmes e o tiro sem qualquer motivação. “Ele disparou simplesmente porque sentiu ciúmes”, apontou a delegada. 

Delegada Maira Pacheco, responsável pela caso (Foto: Saul Schramm)
Delegada Maira Pacheco, responsável pela caso (Foto: Saul Schramm)

Adelmir é casado e morava com a mulher, que está grávida do primeiro filho do casal. Agora responde por feminicídio na forma tentada, por motivo fútil e também pelo porte da arma, crime pelo qual foi preso em flagrante e teve a preventiva decretada nesta manhã durante audiência de custódia. “Ele também está preso preventivamente pela tentativa de homicídio”.

Passagens - Em novembro de 2017 Adelmir foi condenado a 14 anos de prisão por matar a facadas Eliaquim de Barros Rodrigues. O crime aconteceu em 2013, também na Vila São Jorge da Lagoa. Apesar da condenação, a de defensoria entrou com recurso a decisão da juíza Thielly Dias de Alencar Pithan e Silva, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O homicídio aconteceu após uma discussão entre o autor e a vítima em uma conveniência da região. Na denúncia feita pelo MPE (Ministério Público Estadual), o promotor Eduardo José Rizkallah afirma que Adalmir confessou a testemunhas que “quando faz bebia tinha vontade de matar”.

Ainda conforme a delegada, quando adolescente “Aranha” foi responsável por outra tentativa de homicídio, em maio de 2012. Pelo novo crime, Adalmir foi preso na noite de sexta-feira em uma fazenda na altura do km 20 da MS-080, na zona rural de Campo Grande.

Nos siga no Google Notícias