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Capital

“Tudo vem de um celular”: defesa rebate provas usadas para prender alvos do PCC

Advogado afirma que aparelho achado em cela em 2021 não liga Paixão, Selma e Alex à facção

Por Gabi Cenciarelli | 14/11/2025 10:56
“Tudo vem de um celular”: defesa rebate provas usadas para prender alvos do PCC
Marcos Ivan após oitivas envolvendo operação Blindagem (Foto: Marcos Maluf)

Selma Nunes Roas e Alexssandro Pereira Silva foram ouvidos nesta quinta-feira (14) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na continuidade da Operação Blindagem, que mira uma organização criminosa ligada ao PCC. Após as oitivas, a defesa afirmou que toda a investigação se baseia em um único celular apreendido dentro da cela de Kleyton de Souza Silva, o “Tom”, ainda em 2021, e que os depoimentos de hoje não confirmam a ligação do casal ou de Tiago Paixão ao esquema.

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A Operação Blindagem, deflagrada pelo Gaeco, investiga organização criminosa ligada ao PCC com atuação interestadual. Três investigados, Selma Nunes Roas, Alexssandro Pereira Silva e Tiago Paixão de Almeida, prestaram depoimentos negando envolvimento com o esquema criminoso. A defesa dos acusados alega que as prisões são baseadas apenas em dados extraídos de um celular apreendido em 2021, na cela de Kleyton de Souza Silva. A operação investiga estrutura criminosa envolvida em tráfico de drogas, extorsões, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro, com ramificações no PCC.

A defesa dos três investigados afirma que as prisões são desnecessárias e sustentadas apenas por dados antigos retirados do celular encontrado na cela de Kleyton. Segundo o advogado Marcos Ivan, nada do que foi dito nas oitivas desta quinta-feira fortalece as acusações. “São fragmentos de conversas de 2021 e 2022. Isso não sustenta dezenas de prisões”, declarou.

Os três aparecem de forma distinta na investigação. Tiago Paixão de Almeida, o “Boy”, já condenado por tráfico e conhecido no Jardim Tijuca, foi preso na semana passada e é mencionado no inquérito como alguém que teria mantido contatos com outros alvos do grupo. Ele foi ouvido ontem e nega participação.

“Tudo vem de um celular”: defesa rebate provas usadas para prender alvos do PCC
Tiago Paixão de Almeida, conhecido como “Boy”, chefe do tráfico no Jardim Tijuca, sentado no banco dos réus do Tribunal do Júri. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Selma Nunes Roas, chamada de “Barby” na investigação, é apontada pelo Gaeco como parte da logística do tráfico, responsável por intermediar transportes de drogas em esquema de “frete seguro”. Alexssandro Pereira Silva, companheiro dela, aparece ao lado da esposa no mesmo núcleo. A defesa nega e afirma que não há nenhum elemento concreto que coloque o casal na função indicada pelo Ministério Público.

Durante a oitiva, Selma afirmou que conheceu Kleyton apenas em uma tentativa de negócio no passado. Disse que comprou algumas caixas de cigarro entre 2021 e 2022, período em que Alex estava preso em Dois Irmãos do Buriti (MS), e negou qualquer envolvimento com o tráfico ou com familiares de Kleyton. Alex reforçou que não conhecia o investigado e desconhecia qualquer negociação atribuída à esposa.

Para o advogado, os depoimentos de hoje revelam que a suposta participação do casal não se confirma. Pedidos de liberdade para ambos já foram apresentados.

“Tudo vem de um celular”: defesa rebate provas usadas para prender alvos do PCC
Dinheiro apreendido em operação do Gaeco. (Foto: Divulgação)

Tiago Paixão, terceiro investigado e representado pelo advogado Marcos Ivan, junto de outros profissionais, foi ouvido na quarta-feira (13). Ele foi preso em um apartamento na região central de Campo Grande, onde policiais apreenderam celulares e documentos, mas nenhuma arma ou droga. A defesa sustenta que o nome de Paixão aparece apenas em conversas derivadas do mesmo celular de Kleyton.

A Operação Blindagem foi deflagrada no dia 7 e investiga uma estrutura criminosa com atuação interestadual, suspeita de tráfico de drogas, extorsões, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro. Segundo o Gaeco, o grupo tinha ramificações no PCC e operava com apoio externo para transporte, cobrança e repasses financeiros. O celular apreendido na cela de Kleyton foi o ponto inicial da apuração.

Selma, Alex e Paixão estão entre dezenas de investigados. Para a defesa, porém, nada do que está nos autos os coloca no núcleo central da organização.

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