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Capital

Única via abandonada, Travessa Boa Esperança não tem asfalto nem CEP

Filipe Prado | 14/03/2015 11:07
"Beco" não tem nada e famílias sofrem com falta de infraestrutura (Foto: Marcos Ermínio)
"Beco" não tem nada e famílias sofrem com falta de infraestrutura (Foto: Marcos Ermínio)

A Travessa Boa Esperança, no Bairro Marcos Roberto, apesar do nome otimista, há mais de 20 anos vem trazendo dor de cabeça para os moradores da rua, mesmo não tendo 100 metros de comprimento. Mesmo com todas as ruas do entorno asfaltadas, a via ainda não possui a pavimentação, esgoto e nem mesmo CEP.

A diarista Solange Souza de Oliveira, 45 anos, mora na região há 20 anos, mas há 12 tem saído cada vez menos de casa. A sua filha, Natália, 12, possui necessidades especiais, então locomove com a ajuda de uma cadeira de rodas, o que não é fácil por conta da situação da travessa.

“Eu pago para não precisar sair de casa”, admitiu a diarista. Ela contou que há alguns dias, por conta de buracos e pedras que existem em toda a extensão da travessa, caiu com a filha.

Para ir à escola, a menina necessita de um transporte especial, que a busca em frente a sua casa, mas o motorista tem reclamado, já que tem dificuldades de chegar à casa de Natália. “Antes eu a levava para o asfalto, mas agora não consigo mais, ela está pesada. E o motorista quase não consegue subir com a minha filha”, revelou Solange.

Outro problema da travessa é a falta de CEP. O servidor público Jean Carlos, 30, contou que já foi prejudicado por isso. “Tenho que colocar o CEP da Rua Ébano, que fica em frente. Esses dias tive problemas com o banco, por que o número não batia com o endereço informado”.

A diarista Solange Souza de Oliveira, mora na região há 20 anos, tem dificuldade em se deslocar pela rua com a filha de 12 anos com necessidades especiais.(Fotos:Marcos Ermínio)
A diarista Solange Souza de Oliveira, mora na região há 20 anos, tem dificuldade em se deslocar pela rua com a filha de 12 anos com necessidades especiais.(Fotos:Marcos Ermínio)

A mãe de Jean, a dona de casa Maria Conceição, 53, afirma que muitas correspondências são extraviadas e contas chegam atrasadas em sua casa, pois o carteiro dificilmente consegue achar o seu endereço. “Quando vemos um carteiro, nós vamos até ele e explicamos nossa situação, então normalmente ele compreende, mas quando muda de pessoas, a situação volta ao que era antes”, explicou a dona de casa.

Jean concluiu que a situação da travessa é uma forma de “exclusão social”. “Cade a iniciativa das autoridades? Eles que deviam promover a acessibilidade aqui na rua”, comentou o servidor público, relembrando o caso de Natália.

Em 2013, durante a administração do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), Maria contou que realizou um abaixo assinado para que a rua fosse asfaltada, sendo que uma equipe da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), afirma a dona de casa, foi até o local e realizou todos os procedimentos para obras de pavimentação e esgoto, porém após a cassação do prefeito, nada mais foi feito.

O Campo Grande News entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande para saber os motivos da falta de pavimentação da rua, porém até o fechamento desta matéria não houve resposta sobre o problema.

Dona Maria Conceição afirma que muitas correspondências são extraviadas pela falta de CEP. (Foto:Marcos Ermínio)
Dona Maria Conceição afirma que muitas correspondências são extraviadas pela falta de CEP. (Foto:Marcos Ermínio)
Jean Carlos, de 30 anos relata o problema que tem com correspondências bancarias sendo que o número não batia com o endereço informado.(Foto:Marcos Ermínio)
Jean Carlos, de 30 anos relata o problema que tem com correspondências bancarias sendo que o número não batia com o endereço informado.(Foto:Marcos Ermínio)
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