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Capital

Usuários temem violência e são contra passe livre para todos nos ônibus

Leonardo Rocha e Edivaldo Bitencourt | 21/07/2013 15:30
Usuários não querem transporte gratuito, desejam apenas a redução na tarifa (Foto: Cleber Gellio)
Usuários não querem transporte gratuito, desejam apenas a redução na tarifa (Foto: Cleber Gellio)

No final de junho, milhares de pessoas foram às ruas de várias capitais para pedir passe livre para todos no transporte coletivo urbano. No entanto, usuários dos ônibus, ouvidos pelo Campo Grande News, querem a redução no valor de R$ 2,75, que ainda consideram caro apesar da redução de R$ 0,10 no dia 1º deste mês, mas são contra a isenção do valor para todos. 

O principal temor da população é que a gratuidade eleve a violência dentro dos ônibus e dos terminais de transbordo. Muitos usuários ainda se lembram da ação de gangues e marginais no transporte coletivo aos domingos (segundo e último de cada mês), quando os usuários eram isentos do pagamento da tarifa. 

Os usuários afirmaram, que quando este modelo foi adotada na cidade, pelo então prefeito André Puccinelli (PMDB), ele era aplicado em apenas dois dias do mês (segundo e último domingo) e nestas datas aumentavam o número de assaltos, brigas e casos de violência tanto no transporte público como no centro da cidade.

“Se implantar o sistema gratuito, os ônibus vão ficar precários, sem contar a falta de segurança”, destacou o assistente administrativo Jorge Souza. De acordo com ele, a melhor opção é a diminuição na tarifa. “Já amenizaria a situação, estava de bom tamanho”, avaliou.

A funcionária pública, Cristiane Rodrigues, que foi mais além, afirmou que o transporte iria virar “bagunça”. “Ficaria pior do que está, seria uma péssima decisão da prefeitura”.

A dona de casa Celina Conceição ponderou que seria ótimo para as famílias “humildes” passearem no final de semana, porém a situação seria inviável no dia a dia. “O ônibus já é lotado, imagina de graça? Ficaria insuportável”.

Valdir Dias, aposentado, lembrou que na época que era gratuito aos domingos a sua família não saía de casa. “Não tinha carro, mas não podia sujeitar minha família à violência, era muito inseguro andar de ônibus”, apontou ele.

Juraci Nunes, empregada doméstica, foi mais direta e destacou que a melhor opção é a redução na tarifa, já que propor algo mais radical não irá dar certo na prática. “Reduziu o preço, mas poderia abaixar mais, é isto que a população está querendo”, completou.

Após o aumento da violência, o então prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) acabou com a gratuidade no transporte coletivo. Ele implantou a tarifa social em seis datas do ano, como Dia das Mães, Natal, Ano Novo e Finados. Na época, cerca de 80% dos usuários aprovaram o fim da gratuidade para todos aos domingos.

Atualmente, o valor passou de R$ 1,00 para R$ 1,15. O aumento foi autorizado pelo prefeito Alcides Bernal (PP), que manteve as seis datas já previstas no decreto. Com a redução na tarifa de R$ 2,85 para R$ 2,75, o valor passou para R$ 1,10 neste mês.

Em Campo Grande, desde 1993, estudantes da rede pública e particular não pagam para ir e voltar da escola de ônibus. A gratuidade também contempla outras 10 categorias, incluindo idosos, carteiros, bombeiros, deficientes, entre outros.

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