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Capital

Vereador e Jamil Name são denunciados na Omertà por extorsão de empresário

À época dos fatos, Ademir Santana trabalhava como motorista e segurança da família Name

Aline dos Santos | 04/11/2020 11:53
Ademir Santana foi ao Garras em 8 de outubro, um dia após a operação. (Foto: Kísie Ainoã)
Ademir Santana foi ao Garras em 8 de outubro, um dia após a operação. (Foto: Kísie Ainoã)

O vereador Ademir Santana (PSDB), Jamil Name, Jamil Name Filho e mais três foram denunciados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) por extorsão contra o empresário José Carlos de Oliveira. Na ação, o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pede indenização de R$ 6,3 milhões.

O crime foi investigado na quinta fase da operação Omertà, realizada em 7 de outubro e batizada de “Snowball”. O nome é alusivo à bola de neve que envolveu a vítima, que fazia novos empréstimos para pagar os anteriores.

Nesta etapa, a Omertà apurou a extorsão contra o antigo proprietário de imóvel, onde foi apreendido arsenal em maio de 2019. O flagrante foi o fio condutor que levou as prisões dos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, apontados como líderes de organização criminosa e presos desde setembro do ano passado.

À época dos fatos, em 2016, Ademir Santana trabalhava como motorista e segurança de Jamil Name e Name Filho. Conforme a denúncia, Ademir foi à casa de José Carlos, a mando dos patrões, e determinou que o empresário e a esposa deveriam acompanhá-lo para falar com Jamil Name. “O que foi feito ante a ameaça velada ocorrida naquele momento”, diz o documento do Gaeco.

Também foram denunciados Benevides Cândido Pereira (funcionário de empresa de capitalização), Euzébio de Jesus Araújo  (conhecido como Nego Bel e que negociou fuzil dentro de cela) e Juanil Miranda Lima (um dos pistoleiros da quadrilha). Os “seguranças” testemunharam a extorsão, em ambiente com arma e taco de beisebol envolto por arame farpado.

“Além de exigir que o casal abandonasse a casa onde moravam, o denunciado Jamil Name Filho  também obrigou a vítima José Carlos de Oliveira a deixar a cidade de Campo Grande”, afirma a denúncia.

Taco apreendido em 27 de setembro do ano passado na casa de Jamil Name. (Foto: Reprodução)
Taco apreendido em 27 de setembro do ano passado na casa de Jamil Name. (Foto: Reprodução)

O empresário só voltou após as prisões e, em depoimento ao Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), chorou e disse que entregou o imóvel sob mira de arma. Ele também move ação contra Jamil Name e Name Filho.

Apresentada em 19 de outubro à 1ª Vara Criminal de Campo Grande, a denúncia foi redistribuída para a 2ª Vara Criminal, conforme determinação do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

A defesa de Jamil Name Filho informa que, como nas demais ações penais em curso, vem demonstrando e comprovando que o empresário não praticou o delito de extorsão.

“Como também que jamais foi chefe de organização criminosa e mandante de crimes, sendo totalmente improcedente a acusação”, afirma o advogado Félix Jayme Nunes da Cunha.

Candidato à reeleição, Ademir Santana disse hoje que já respondeu ao Gaeco que tinha a esclarecer. “Já respondi lá”.

A defesa de Benevides Cândido Pereira não quis se manifestar. O Campo Grande News não conseguiu contato com as defesas dos demais citados.

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