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Capital

Vítima confirma que Choque não foi autorizado a buscar ladrões em SP

Waldemar Gonçalves | 01/01/2016 12:50

“Minha revolta é pela burocracia da polícia. O que impede de prender? É bandido, está comprovado, está com as minhas coisas lá. Agora está solto, vai saber se vai voltar para me pegar. Não volto mais naquela casa, vamos colocar para vender, vou ver o que vamos fazer. Parece que é muita proteção para bandido e para a gente não, estão invertendo os valores”.

As aspas acima são de trecho de relato da vítima de um assalto, em Campo Grande, cujos alguns dos responsáveis foram presos no interior de São Paulo, reconhecidos, mas soltos por questões operacionais envolvendo forças de segurança de Mato Grosso do Sul e São Paulo. “O policial falou que não teve autorização para ir buscar e também que teve corpo mole da polícia de lá”, conta o homem que, junto com a mulher, dois filhos pequenos e um afilhado, ainda deixam evidente medo e revolta decorrentes do caso.

O roubo foi no começo da noite de terça-feira (29). A vítima, que por motivos óbvios não quer ser identificada, contou nesta sexta-feira (1º) aquilo já relatado anteriormente em boletim de ocorrência, além de revelar detalhes.

Horas depois do crime, a polícia descobriu o paradeiro de dois dos três responsáveis pelo assalto: a pequena Santo Expedito, vizinha a Presidente Prudente, no este paulista. De Campo Grande até lá são 500 quilômetros.

“O Choque estava empenhado, tiro o chapéu para eles. Correram 24 horas atrás disso”, conta a vítima, relevando ter mantido, a todo tempo, contato com policiais do batalhão especial da Polícia Militar. “Eles (PMs) estavam loucos para irem buscar (os suspeitos no interior de SP). Não me deram muito detalhes (do fato de não terem ido) porque é lá da parte interna deles”, emenda.

Assim que descobriram os suspeitos no interior paulista, os PMs do Choque acionaram os colegas do estado vizinho. Dois foram localizados em Santo Expedito, e um reconhecido, por fotos, pela vítima.

Os dois primeiros a invadirem a casa, na hora do assalto, cobriam a cabeça com camisetas. O terceiro, “o gordinho”, conforme o relato da vítima, deixou o rosto descoberto o suficiente para ser identificado, como de fato foi.

Já tinha passado mais de 24 horas desde a prisão e, pela versão tanto de policiais quanto da vítima, o Batalhão de Choque não foi autorizado a viajar até Santo Expedito para conduzir, de volta a Campo Grande, os ladrões e os pertences roubados. Os bandidos foram soltos e, até o fechamento deste texto, nada do que foi roubado havia sido devolvido ao dono.

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