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Capital

Viúva confessa à polícia que matou ex-funcionário da Agetran por ciúmes

Rafael Ribeiro | 24/05/2017 12:50
Givaldo da Silva foi assassinado pela então mulher e teve o corpo jogado às margens de rodovia (Fotos: Reprodução)
Givaldo da Silva foi assassinado pela então mulher e teve o corpo jogado às margens de rodovia (Fotos: Reprodução)
Kátia Castro foi casada há 22 anos com a vítima e teria decidido o crime após descobrir traição
Kátia Castro foi casada há 22 anos com a vítima e teria decidido o crime após descobrir traição

A Polícia Civil de Campo Grande indiciou a viúva do funcionário da Agetran (Agência Municipal de Trânsito e Transportes), Givaldo Domingues da Silva, 44 anos, cujo corpo foi encontrado morto a facadas no último dia 11, às margens da BR-262, na altura do km 356, no anel rodoviário entre as saídas de Sidrolândia e Indubrasil, após ela confessar o crime.

Kátia Regina de Castro, 42, era casada há 22 anos com a vítima e tinha com ele dois filhos. No dia do encontro do corpo, feito na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, ela chorou ao reconhecer o ex-marido. Uma encenação, segundo familiares. “Longe da polícia e de vocês (repórteres), sempre foi fria”, completou um deles, que prefere não se identificar.

A acusada usou o filho para justificar o crime. Segundo ela, Silva, que buscava a separação, queria matar o filho mais velho, por não aceitar o fato dele ser homossexual. Com isso, não teve outra opção a não ser lhe tomar a faca e reagir. A versão é desmentida. “Meu tio não aceitava, mas não brigava. Só não conviviam no mesmo ambiente”, disse.

Acompanhada de um advogado, que não teve o nome revelado, Kátia foi à Depac do Piratininga na tarde de terça-feira (23) confessar. Sua prisão formal deve acontecer ainda esta tarde, após a Justiça conceder o pedido de prisão preventiva por 30 dias para conclusão do inquérito.

Suspeita – Ainda no dia do ocorrido, familiares levantaram para a polícia a suspeita de que Kátia pudesse ser a autora. Isso porque somente no dia 7 ela comunicou o desaparecimento do ex-marido, ocorrido dois dias antes.

Três fatos durante a investigação fizeram a hipótese se tornar concreta para a polícia. Um deles seria o fato de Kátia, no registro da ocorrência do desaparecimento, relatar a suposta roupa usada pelo então marido. Suposta, afinal não teria como saber com perfeição suas vestimentas. “Ela não o viu no sábado, como saberia”, indagou um familiar.


Além disso, o exame da perícia detectou sangue de Silva no carro da ex-mulher. E ela foi reconhecida como a responsável por deixar a moto Shineray vermelha da vítima em um posto de gasolina na Avenida Gunther Hans, no Jardim Tarumã, região sul da Capital.

Funcionários da Pax com o corpo no dia em que foi localizado: autora chorou no reconhecimento (Foto: Rafael Ribeiro)
Funcionários da Pax com o corpo no dia em que foi localizado: autora chorou no reconhecimento (Foto: Rafael Ribeiro)

Para não atrapalhar as investigações, a polícia chegou a divulgar que as imagens do posto mostravam dois homens deixando o veículo. Mas já estava certa da autoria de Kátia no crime. “No dia em que os policiais encontraram (a moto), avisaram ela (Kátia), que se recusou a ir e mandou a filha, com medo de ser reconhecida”, disse a familiar.

“A gente só queria entender porque ela levou o corpo para longe e deixou ele lá, apodrecendo, sem deixar a gente se despedir de forma digna”, completou.

Motivação – Os ciúmes da viúva seriam a principal motivação do crime. Desde que descobriu a traição de Silva, as discussões se tornaram brigas e até tentativas de agressões graves. “Ela chegou a atacar ele com uma faca antes. Dizia que se não fosse dela, ele não seria de mais ninguém”, relatou.

Até então considerada peça chave da apuração, a amante de Silva, por quem ele se dizia feliz e apaixonado, era uma colega de sala no curso de educação para jovens e adultos que cursava. Ela fez questão de se apresentar à polícia, negou as acusações da viúva e colaborou com as investigações junto da família.

A vítima trabalhou por 28 anos na Agetran. Fazia serviços de manutenção, como conserto de semáforos e pintura de faixas e guias. Estava próximo de se aposentar.

A reportagem tentou entrar contato com Kátia e seu filho mais velho três vezes em uma hora nesta manhã. Em todas, o telefone foi desligado assim que o Campo Grande News se identificou.

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