"Vivemos com medo", dizem vizinhos de albergue onde um morreu em troca de tiros
Dona do imóvel alugava e dava comida para usuários de drogas
A movimentação na manhã desta sexta-feira (14) em frente ao pensionato onde um homem morreu em troca de tiros com a polícia, já era episódio esperado por vizinhos do imóvel, localizado na Rua Ouro Branco, no Bairro Jóquei Clube. Segundo moradores, desde que usuários de drogas começaram a frequentar a região, o medo se instalou na área.
“Aqui é complicado e só quem mora aqui sabe a situação que é. Muito drogados e roubo. A gente não reclama mais porque temos medo, mas as coisas só pioram com o passar do tempo", comenta o mecânico Mário Takao
A casa, cercada por grades, abriga quartos que a proprietária aluga. Ela também faz marmitas que alimentam essas pessoas, em sua maioria, usuários de drogas. Para quem vive na região, a movimentação é justificativa para aumento da criminalidade
“Eles defecam na casa e ameaçam quando os moradores repreendem. É sempre gente muito estranha hospedada aí. Já chamamos a polícia várias vezes”, conta outro morador.
Pela manhã, investigadores localizaram e deram ordem de prisão a um dos investigados por participar do latrocínio da artista plástica Catarina Maria Marquesi Moreira, de 72 anos. Ele teria se recusado a obedecer, momento em que foram efetuados os disparos. Para a reportagem, testemunha disse que tudo aconteceu muito rápido e que não foi possível perceber se o suspeito também reagiu aos tiros. “Joguei os pratos e me escondi com medo”.
A dona do pensionato chegou a passar mal na hora e precisou ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Equipes da Polícia Civil e da perícia estão no local.
Segundo testemunhas, nos dias após a morte de Catarina, o suspeito circulava normalmente pelo bairro. “Como se nada tivesse acontecido”, revelaram vizinhos.
Caso - A idosa foi encontrada pelo marido na sala da casa ainda com vida, mas não resistiu. O crime aconteceu na na Rua João Pessoa, quase esquina com a 13 de Maio, na região do Bairro São Francisco. Segundo a polícia, perícia inicial mostrou que o autor do crime entrou na casa pelo muro após invadir a residência que fica ao lado do local, com um pedaço de madeira colocado para dar apoio.
A principal suspeita é de que o autor tenha invadida a casa na tentativa de encontrar um cofre, que não existe no local. Segundo a Polícia Civil, não havia lesões aparentes no corpo, o que mostra que ela pode ter sido agredida apenas com socos e por isso morreu. O caso segue sob investigação da Derf.