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Cidades

Comissão da Câmara Federal afirma que matar índios é tradição no MS

Nyelder Rodrigues | 30/04/2013 20:36

A Comissão Externa da Câmara dos Deputados que visitou o Mato Grosso do Sul para analisar as questões envolvendo a disputa por terras indígenas, afirmou que “matar índios já se tornou uma tradição na região”.

A visita foi feita entre novembro e dezembro de 2012, e o relatório sobre ela foi aprovado em 16 de abril de 2013 pela comissão. Além desta constatação, a comissão concluiu também que a União errou ao distribuir ou permitir a negociação de terras tradicionais dos índios.

O grupo visitou em Mato Grosso do Sul o acampamento Pyelito Kue, que ocupa área de reserva legal da fazenda Cambará, em Iguatemi, sul do Estado, e contatou a situação dos índios guarani-kaiowá no Estado.

Conforme o MPF (Ministério Público Federal), a comissão também verificou que a situação dos indígenas de Mato Grosso do Sul impressiona pela dimensão e persistência. A população dos Guarani-Kaiowá é de 45 mil pessoas. Eles ocupam pouco mais de 30 mil hectares no Estado, o que corresponde a 0,1% do território sul-mato-grossense.

Os guarani-kaiowá reivindicam 38 terras indígenas, sendo que apenas 11 delas estão regularizadas e em posse das comunidades. As outras áreas, apesar de identificadas, declaradas ou em processo de identificação, já com estudos comprovando sua tradicionalidade, não podem ser retomadas pelos índios.

Dados do MPF revelam que, desde 2000, aconteceram 555 suicídios, 98% deles por enforcamento, 70% cometido por homens na faixa dos 15 aos 29 anos. Somente na Reserva Indígena de Dourados, foram registrados 75 assassinatos nos últimos dois anos, entre eles, duas crianças indígenas.

A comissão também apurou que crianças de Pyelito Kue estão há mais de um ano sem ir à escola, já que não dispõem de nenhum meio de transporte para levá-las até lá. Foi considerado que os 150 indígenas do local estão entregues à própria sorte.

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