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Cidades

Conselhos pedem punição de assassinato por racismo

Redação | 29/10/2010 15:35

O Cedine (Conselho Estadual dos Direitos do Negro) e o Conselho Estadual do Direito da Pessoa Humana formaram uma comissão para cobrar celeridade no processo pelo assassinato do jovem Anderson da Silva Faria, morto aos 20 anos em dezembro de 2007 em crime motivado por racismo.

As entidades se reuniram no último dia 22 na Casa da Cidadania, em Campo Grande, depois de serem procuradas pela família do rapaz. "Já vai fazer três anos que mataram meu filho", reclama a mãe.

Ela diz que a família e a comunidade do bairro Parque do Lageado esperam uma resposta sobre o crime, mas a Justiça "está muito calma. A última testemunha do processo foi ouvida no ano passado.

Presidente do Conselho dos Direitos Humanos, José Roberto Camargo de Souza, afirma ter acompanhado o andamento do processo e garante que as provas apresentadas pela acusação são contundentes, diferentes daquelas mostradas pela defesa.

Para ele, o fato de o crime ter sido motivado por racismo feriu os direitos humanos e merece uma 'punição exemplar'. O autor da morte do jovem é o comerciante Geraldo Francisco Lessa, tio da noiva de Anderson.

Ele chegou a ser preso após o crime, mas conforme a mãe da vítima permaneceu apenas quatro meses na prisão e aguarda o julgamento em liberdade. "Até quando ele vai ficar solto para matar outra pessoa por racismo? Outra pessoa terá a vida interrompida por ter a pele negra?", questiona a mãe inconformada com o crime.

Depois de a comissão fazer contato com o relator do processo cobrando o julgamento do caso, a família deverá organizar uma manifestação pedindo Justiça e punição exemplar para o crime.

O presidente do Cedine, Ednir de Paula, de 47 anos, também questiona a decisão da Justiça em permitir que Geraldo aguarde julgamento solto. "A gente não se conforma do réu estar em liberdade em um crime bárbaro motivado pela questão racial", reforça.

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