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Cidades

Deficientes físicos reclamam de falta de estacionamento

Redação | 09/11/2010 08:23

No próximo mês, as duas resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que determinam vagas de estacionamento nas ruas para deficientes e idosos completa três anos, trata-se da 303 e 304. A lei prevê 5% das vagas para idosos e 2% para deficientes.

Embora a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) defenda que na Capital a regra já foi cumprida, cadeirantes e deficientes físicos reclamam da falta de vagas e de estrutura da cidade em geral sobre a questão da acessibilidade.

Há 11 anos, Maria de Fátima Corrêa tem uma loja de roupas no centro da cidade. O estabelecimento fica na rua 13 de Maio, entre a 15 de Novembro e a Afonso Pena, em frente a praça Ary Coelho.

Maria teve poliomielite com um ano de idade, hoje ela tem 50 e ainda trabalha na loja, onde em frente, tem duas vagas para idosos, que ela, como deficiente física, não pode utilizar.

"Me sinto injustiçada porque eu trabalho aqui há mais de dez anos, em quase todas as esquinas tem duas vagas para idosos, mas nenhuma para deficiente. E eu não posso usar a vaga deles, pois se não sou multada", reclamou Maria.

Ela explica que só caminha com a ajuda de alguém, de andador ou na cadeira de rodas, e como todos os dias precisar ir a loja, onde fica o dia todo, ela precisa que alguém estacione o carro para ela por não haver nenhuma vaga próxima ao seu local de trabalho.

"Há algum tempo, apareceu uma reportagem na televisão em rede nacional falando que Campo Grande era a capital da desobediência quanto às vagas para idosos. Depois disso vieram e pintaram todo o centro com vagas para eles, mas acho que esqueceram de nós", destacou Maria de Fátima. Ela disse, ainda, que já ligou para a Agetran e para o Ministério Público falando sobre a situação, mas que não conseguiu resolver o problema.

Insegurança - Nadir Mecenas Gerolometto, 43 anos, possui doença neuromuscular e também precisa de cadeira de rodas ou andador. Ela também não está satisfeita com a acessibilidade para deficientes físicos nas ruas de Campo Grande. Mais do que exclusão, a falta de estrutura gera riscos á saúde dessas pessoas. Além da doença neuromuscular, agora Nadir está com a perna esquerda quebrada e engessada desde o dia 14 de agosto, após ter descido do carro para subir na cadeira e caído em um meio-fio não adaptado. "Além de nunca achar vagas, ainda tem a questão das calçadas que não possuem rampas. Até para ir no consultório do meu médico, que fica na 13 de Maio, não tenho segurança nenhuma", reclama e completa: "a gente tem receio de sair de casa".

Mesmo com todos os obstáculos, Nadir costuma visitar diversos lugares. Ela faz trabalhos manuais para vender. "As casas de aviamento não tem estacionamento e por perto também não tem vagas destinadas a deficientes, e nem rampa. A vendedora tem que vir até mim ou eu tenho que me sacrificar com a ajuda de alguém".

Presidente da Adone (Associação de Doentes Neuromusculares de Mato Grosso do Suk), Rosana Puga de Moraes Martines, acredita que na Capital a acessibilidade está comprometida tanto para idosos quanto para deficientes. "Não é para uma categoria ou outra. Nem para idosos tem em todo o centro, a lei de acessibilidade não é nova e já deu tempo para adaptar a cidade".

Quantidade de Vagas - Conforme informações da Agetran, 125 vagas do centro da Capital são destinadas para idosos, e 50 para deficientes físicos. A explicação quando a pergunta é sobre onde estão as vagas para deficientes, é de que as vagas para idosos têm placas e pinturas no chão, e as de deficientes só contam com as placas.

Na empresa Flex Park, a informação é de que no total, existem 1416 vagas de estacionamento no centro. Contabilizando com esses dados, Campo Grande oferece mais de 3,5% de vagas para deficientes e mais de 8,8 para idosos.

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