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Cidades

Desvio na 171, que levou 10 à prisão, foi de R$ 2,6 milhões, aponta auditoria

Ricardo Campos Jr. | 14/11/2015 11:36
Sócia da Proteca, Elza deixa sede do MPE e continua em prisão domiciliar (Foto: Gerson Walber)
Sócia da Proteca, Elza deixa sede do MPE e continua em prisão domiciliar (Foto: Gerson Walber)

Auditoria da Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura) aponta que os envolvidos nas fraudes que deram origem à operação Lama Asfáltica desviaram R$ 2.663.984 das obras de cascalhamento da MS-171. Coincidência ou não, o número corresponde ao crime de estelionato no Código Penal Brasileiro. Ontem, a Justiça renovou por mais cinco dias a prisão de oito suspeitos de participar do esquema e mandou outros dois para a cadeia.

Conforme a auditoria, a planilha apontava que 90 quilômetros da rodovia tinham as intervenções concluídas, mas in loco foi constatado que somente 63,2 quilômetros receberam o cascalho.

Já haviam sido pagos R$ 4.541.457, quando na verdade o que realmente havia sido executado correspondia a R$ 1.877.473.

Segundo informações apuradas pelo Campo Grande News, como a renovação das prisões ocorreu antes que os suspeitos fossem soltos, a situação deles permanece a mesma. O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) confirmou que o ex-deputado Edson Giroto e a ex-presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova Rosa continuam nas celas do local.

O empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da empreiteira responsável pela obra (Proteco), está preso na Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). A secretária e sócia dele, Elza Cristina Araujo dos Santos, está em prisão domiciliar em função de uma gravidez de risco.

Também já estavam e continuam detidos o ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, e mais dois engenheiros.

As novas prisões decretadas foram dos engenheiros funcionários da Agesul João Afif Jorge, de Campo Grande, e Donizete Rodrigues da Silveira, de Jardim. O primeiro já havia sido dono de uma empresa que fazia serviço de tapa-buraco na Capital.

Outras fraudes – Também foram encontradas irregularidades na MS-228, no entroncamento com a MS-247. Conforme a Seinfra, o primeiro contrato foi cumprido, com ressalva nos últimos 3 quilômetros, onde o revestimento primário ficou com pouca espessura e a qualidade do material discutível.

Quanto ao segundo contrato dessa rodovia, que previa a recuperação de 42 quilômetros, foram encontrados serviços em apenas 23,2 quilômetros. O total medido foi de R$ 5.014.900,80, enquanto o que foi realmente executado correspondia a R$ 2.052.764,80, tendo sido desviados R$ 2.962.136,00.

Também apresentou problemas a reestruturação da MS-184, onde a planilha inicial previa 50 quilômetros de cascalhamento, mas foram realmente executados 35,2 quilômetros. O total medido foi de R$ 7.801.935,44, mas o que foi realmente feito corresponde a R$ 1.530.036,22. A diferença encontrada foi de R$ 6.271.899,22.

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