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Cidades

Dono de restaurante onde homem teria sido discriminado fala em versão diferente

Elverson Cardozo | 22/07/2013 21:40

Se identificando apenas como Renato, o homem que se apresenta como proprietário do restaurante Indez, na rua Antônio Maria Coelho, em Campo Grande, onde um gesseiro alega ter sido discriminado pelo garçom quando tentou comprar água no sábado (20), disse, em entrevista por telefone ao Campo Grande News, que ainda está se inteirando do assunto, porque chegou à cidade hoje, mas adianta que a versão é diferente.

Ele passou o final de semana fora, em uma fazenda de Maracaju. Renato contou que soube do fato pela mídia, mas o filho já havia chamado o garçom para uma conversa.

O que chegou até ele, ressaltou, foi uma versão completamente diferente da divulgada pela mídia, porém, não relatada à reportagem. “Não sei nem qual garçom atendeu esse senhor. Temos uma política totalmente contrária ao que foi mencionado. Minha vida inteira eu convivi com pessoas de cor”, disse.

O proprietário do Indez acredita que um posicionamento assim dificilmente partiria de um garçom de sua equipe, “porque eles são treinados, instruídos com relação a isso”. Renato afirmou, ainda, que vai acionar um advogado para tratar do assunto.

Entenda o caso – Neste sábado, o gesseiro Daniel dos Santos Araújo, de 45 anos, procurou a polícia para registrar um boletim de ocorrência pelo crime de racismo. Negro, ele alega que foi discriminado por um garçom do restaurante Indez, localizado na Antônio Maria Coelho.

No dia, o gesseiro relata que estava trabalhando em um local próximo ao restaurante e, por volta das 11h, com sede, decidiu comprar água. Por comodidade, rumou para o ponto de comércio mais próximo. Na entrada do restaurante, para se certificar, perguntou a um dos dois casais que estavam na calçada se ali vendia água. Com a resposta positiva, se dirigiu ao garçom.

Na manhã de hoje, em entrevista ao Campo Grande News, ele relembrou o que aconteceu: “Pedi a água. Mesmo sem perguntar o preço, o garçom já falou que era R$ 3,50. Depois, ele disse que não vendiam água no restaurante e sugeriu que eu fosse a um posto no cruzamento da Espírito Santo com a Mato Grosso. O garçom disse que lá era baratinho e pertinho”.

Daniel foi ao local, comprou a mercadoria, comentou o caso a uma funcionária que o orientou a procurar a delegacia. Ele ligou para o 190, onde recebeu a sugestão de pedir que uma pessoa branca tentasse comprar a mesma garrafa de água.

A missão foi cumprida por um sobrinho (branco) da vítima de discriminação, que comprou a água por R$ 3,30 e sem problemas.

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