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Cidades

Em MS, crime pela web deu prejuízo de quase meio milhão

Redação | 18/09/2009 17:38

Somente em 2008, os crimes praticados através da internet em Mato Grosso do Sul, deram prejuízo de quase meio milhão de reais. A informação é do investigador de Polícia Civil, Michel Willer Neves, que foi um dos palestrantes do workshop sobre crimes virtuais promovido pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

Conforme estatística feita pelo investigador, com base nas ocorrências registradas ano passado, os crimes de furto qualificado mediante fraude e estelionato renderam aos "golpistas" R$ 401.670,18. Deste montante, R$ 220.661,16 foram somente com transferências bancárias, R$ 80.314,59 com compras e R$ 75.826,71 com saques.

Em 2008, foram 28 crimes de estelionato, nove de furto, 50 contra a honra (injúria, difamação e ameaça) e quatro de pedofilia. Estes são os principais crimes cometidos pela web. Os dados apresentados por Michel mostram que apesar da quantidade de delitos registrados ser pequena, o prejuízo causado é grande. Em 2008, foram registrados 94 crimes virtuais.

O investigador, que é pós-graduando em Direito Eletrônico e Tecnologia da Informação, explica que os crimes de furto e estelionato praticados pela web podem ser caracterizados, entre outras formas, em situações de "sumiço" de dinheiro de contas bancárias sem autorização do correntista, compras feitas com cartões de créditos/ débito sem conhecimento do responsável e quando é imputada a alguém alguma dívida que não foi contraída pela pessoa.

Em 2007, foram registrados 62 crimes virtuais contra a honra, 19 de furto, 38 de estelionato e um de pedofilia. Em 2006, esse número foi bem menor. Doze contra a honra, nove furtos qualificados e 22 estelionatos. Nenhum de pedofilia.

Michel explica que a realidade pode ser diferente do que mostra os números, pois muitas vítimas não levam os fatos ao conhecimento da Polícia e isso fica fora das estatísticas.

"As pessoas acham que o valor furtado é pequeno ou acreditam que na impunidade e por isso não registram a ocorrência", explica Michel.

O investigador afirma que há casos em que os criminosos são identificados e punidos. Segundo Michel, os crimes de furto e estelionatos são geralmente praticados porque o usuário de internet, de alguma forma, deixou dados pessoais vulneráveis.

Ou seja, os criminosos conseguem dados pessoais de uma possível vítima através da "invasão" do computador. Eles "invadem" porque a vítima abriu algum arquivo encaminhado por e-mails, digitou dados em páginas "falsas" ou ainda forneceu informações importantes através de sites de relacionamentos.

Orkut - E é através de sites de relacionamentos que muitos crimes contra a honra são praticados. São ameaças, injúrias, ofensas. De acordo com o investigador, somente no ano passado foram registradas 180 ocorrências envolvendo o Orkut.

Michel explica que são crimes que têm alguma relação com o site de relacionamentos. Pessoas são ofendidas, têm dados pessoais retirados para utilizar em algum crime ou ainda conhecem alguém que tem por objetivo praticar um crime.

Prevenção - Para evitar ser uma vítima de crimes virtuais é importante não abrir qualquer arquivo recebido por e-mail, utilizar de ferramentas de proteção e segurança de sites de relacionamento e não fornecer a "senha correta" na primeira vez que for pedida ao abrir uma determinada página, principalmente de bancos.

Polícia - Para contribuir com a atividade policial e ainda poder ver punido o responsável pelo crime, a vítima deve procurar a Polícia Civil. O comunicado pode ser feito em qualquer delegacia ou através da Delegacia Virtual através do site www.pc.ms.gov.br

Workshop - O workshop em que os dados foram apresentados foi realizado no Teatro Galuce Rocha e contou com a participação de palestrantes especialistas em crimes virtuais e ainda dos senadores Delcídio do Amaral (PT) e Eduardo Azeredo (PSDB/MG), que têm projetos de leis na área.

As palestras e debates foram assistidas por pessoas que trabalham na área e principalmente acadêmicos de Direito, que aprovaram a iniciativa.

"Estava meio perdido no assunto, agora já está dando para começar a entender", disse o estudante do terceiro ano do curso de Direito da UFMS, Tiago Florentino Balta, 20 anos.

Para Regiane Néri, 21 anos, também acadêmica do terceiro ano de Direito da UFMS, o workshop foi uma oportunidade para conhecer mais "sobre um assunto pouco explorado na faculdade".

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