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Cidades

Fácil de ser achada, linha mais forte que cerol pode ser proibida em MS

Projeto será avaliado pelos deputados, na Assembleia Legislativa

Leonardo Rocha | 24/03/2017 11:00
Rapaz mostra linha chilena, muito usada nos bairros da cidade (Foto: André Bittar)
Rapaz mostra linha chilena, muito usada nos bairros da cidade (Foto: André Bittar)
Guarda Municipal faz apreensão de pipas com cerol e linhas chilena (Foto: Divulgação)
Guarda Municipal faz apreensão de pipas com cerol e linhas chilena (Foto: Divulgação)

Fácil de ser encontrada nas ruas de Campo Grande, apesar de ser proibida por lei, a linha "chilena", que é quatro vezes mais forte que o cerol, pode ter sua restrição estendida para todo Mato Grosso do Sul. O produto é vendido nos bairros da cidade e usado até em festivais de pipas.

Já foram registrados casos de lesões corporais graves, que até poderiam ter levado a morte motociclistas e pedestres que atravessaram vias públicas e foram cortadas por estas linhas. 

O Campo Grande News conversou com alguns adolescentes que utilizam a "linha chilena", que disseram ser comum a venda do produto em vários locais da Capital e muito usado pelos colegas tanto durante a semana, com em festivais e disputas de pipas, nos bairros. Eles reconheceram que ela substitui o famoso "cerol", por ser mais forte e "cortante".

O morador do bairro Caiobá, Antônio Chaves, de 57 anos, comentou que sempre solta pipa com seu filho mais novo, mas pondera que não o deixa usar estes produtos cortantes. "Só usamos linha normal, porque temos consciência que é perigoso, pode machucar alguém que passa pelas ruas, mas sabemos que muita gente usa".

Chaves ponderou que a prática é muito comum no seu bairro, porque no local não tem outras opções de lazer. "Não temos praça e nem campo de futebol, por isso soltar pipa ainda é a diversão da garotada, mas deve ser feita com cuidado e sem perigo".

Denúncias - A população já começou a denunciar os casos, tanto que a Guarda Municipal de Campo Grande já fez várias ações e apreensões do produto.

O comandante da Guarda Municipal de Campo Grande, GiuseppeBertazzoni, alertou que esta prática é perigosa e que a corporação já atendeu muitos chamados e denúncias, sobre o uso desta linha na Capital.

"Já tivemos vários casos e os guardas sempre fazem a devida orientação e retira de circulação, é sempre bom conscientizar e as pessoas podem ligar para denunciar pelos telefones 153 e 199", disse ele.

Proposta - O projeto de lei que proíbe a chamada "linha chilena", em todo Estado de Mato Grosso do Sul, segue em tramitação na Assembleia Legislativa, e vai avaliado em breve, pelos deputados. O autor da medida, Paulo Siufi (PMDB), lembra que a preocupação é que diminuam os acidentes graves, por esta prática.

“O cerol, que é uma mistura cortante de vidro moído e cola, já é proibido. Hoje, as pipas ganham as ruas das cidades, mas não teria problema se não fosse usada a linha chilena, fabricada com alumínio e corta como faca, podendo provocar mutilações e mortes", ponderou.

Estão previstas medidas socioeducativas se forma descumprido esta medida, sendo que pais e responsáveis poderão responder como coautores de prática ilícita, praticados pelos seus filhos. Caso seja aprovada na Assembleia, a proposta ainda passa pelo crivo do governador Reinaldo Azambuja.

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