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Cidades

Famílias em Campo Grande relatam agonia na espera por notícias do Japão

Fabiano Arruda | 11/03/2011 16:09

País foi abalado por tremor de 8,9 graus e tem mais de 330 mortos

Milena, à direita, posa com Guilherme e a outra irmã, Michele, na feira central. Hoje, estão no Japão(Foto: Arquivo pessoal)
Milena, à direita, posa com Guilherme e a outra irmã, Michele, na feira central. Hoje, estão no Japão(Foto: Arquivo pessoal)

O rastro de destruição causado por um terremoto de magnitude de 8,9 graus no Japão deixa famílias de Campo Grande apreensivas por receber notícias de familiares que moram naquele País.

O impacto do tremor provocou dezenas de réplicas e onda gigantes, deixando mais de 330 mortos e 531 desaparecidos. Mas autoridades japonesas temem que o número final de mortos passe de mil.

Benedita Maeda, de 61 anos, é tia do campo-grandense André Sampaio, que mora na província de Hamamatsu, localizada a duas horas de trem de Tóquio. Ele mora há pelo menos 15 anos no Japão.

Ela conta que hoje pela manhã teve notícias do sobrinho e ele afirmou à família que, no local, os estragos não foram grandes, mas que os tremores foram sentidos.

Benedita disse que, durante 16 anos que morou no Japão, conviver com os tremores é muito comum. “Quando vimos o noticiário hoje eu e meu marido lembramos do tempo que moramos lá. Por vezes éramos acordados de madrugada pelos tremores. É muito sofrido”, afirmou.

Dona Maeda comenta que o sobrinho estava na Capital até o dia 5 de março e planeja voltar para a cidade, juntamente com a esposa e o filho de dois anos. “Quatro irmãos do meu marido, que é descendente, moram no Japão. Temos notícias boas, mas a aflição continua porque sabemos como é”, contou.

“Meu marido tem sobrinhas no Japão e não temos notícias delas. Nós viemos embora de Tóquio por causa dos terremotos. Graças a Deus viemos embora e não precisamos mais voltar”, encerra.

André tem outra tia. Célia Arakaki, de 56 anos, também mora em Campo Grande e o filho dela, Alexandre Arakaki, 31 anos, reside em Hamamatsu com a esposa e três filhos. “Está tudo bem com ele, mas fico nervosa”, confessa.

Já Milena Yassunato, 25 anos, não conseguiu notícias ainda de seu irmão, Guilherme Teruya, 24 anos. Ela conta que não tem o telefone do irmão, que trocou recentemente, e que o contato que tentou, até agora, foi por um site de relacionamentos.

Guilherme mora em Kanagawa, província localizada próxima a Tóquio. “O que me deixa tranquila é que falamos com amigos que moram lá e eles garantiram estar tudo bem”, comentou Milena, que morou dois anos e meio no Japão, e é sansei (neta de japoneses).

Tsunami arrasou costa do Japão. (Reuters)
Tsunami arrasou costa do Japão. (Reuters)

“O temor histórico dos japoneses é que um terremoto de grande escala acorde o monte fugi”, pontuou Milena, falando sobre o maior pico do Japão e um dos mais conhecidos do planeta que, na realidade é um vulcão, cuja última erupção aconteceu há três séculos.

Rosemaire Zarparolli morou no Japão durante sete anos. Ela tem uma amiga, chamada Eliane, que relatou ter tremido muito em Shizuoka, onde reside. Ela foi colega de Eliane durante o tempo que trabalhavam numa fábrica de isopores. “Ela disse que sentiu muito medo. Tenho muitos amigos e familiares por lá”, disse.

Rose considera os japoneses muito acostumados a lidar com terremotos, mas admite que não há como agir em situações de grande porte como as de hoje. “Há mais de 20 anos os japoneses esperam o tokai, um terremoto de grande impacto que atingisse os 9 graus”, revelou.

800 brasileiros - O embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, afirmou nesta sexta-feira à Folha Online que ainda não há notícias de vítimas brasileiras do terremoto e tsunami que atingiu o País.

Segundo ele, as províncias mais atingidas foram Miyagi, Iwate e Fukushima, onde o número de brasileiros é cerca de 800.

Ele alerta que a comunicação está prejudicada. "As famílias no Brasil devem saber disso. Elas provavelmente terão dificuldades em contatar seus parentes aqui", afirmou, ainda conforme a Folha Online.

Atualmente, cerca de 254 mil brasileiros vivem no Japão. O contato com a embaixada deve ser feito preferencialmente pelo e-mail comunidade@brasemb.or.jp ou com o Ministério das Relações Exteriores, no telefone 0/xx/61 3411-8804 ou 8803.

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