ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 21º

Cidades

Famílias ganham prazo para deixar casas na Carlota

Redação | 03/09/2009 17:40

A Justiça começou a citar as 107 famílias atingidas pelas obras de urbanização do Córrego Cabaça, que prevê a implantação de via marginal entre a Rua Spipe Calarge e a Avenida Costa e Silva, na saída para São Paulo.

Citadas pela Justiça nesta quinta-feira, as famílias ficaram apreensivas com a possível chegada das equipes para limpar as áreas e revoltadas com o valor da indenização. O total a ser pago pelo município é de R$ 3,882 milhões, mas o valor ainda será analisado por perito judicial e poderá ser contestado pelos proprietários de imóveis.

A posse à prefeitura foi dada pelo juiz da 3ª Vara de Fazenda Pública, José Ale Ahmad Netto. Além de moradores de classe média, que residem há décadas no local, a desapropriação judicial atinge empresários, como os donos da TV Morena e do Grupo Copagaz, Ueze Elias Zahran.

Apreensão - Segundo o funileiro José Carlos Ferreira da Silva, 46 anos, ele terá 50 dos 380 metros quadrados da casa e da oficina mecânica destruídos pela desapropriação. Ele será obrigado a desocupar a sala de estar e a varanda, que serão destruídos.

Ele considera pouco a indenização de R$ 5,4 mil pela área a ser demolida para a obra de urbanização do Córrego Cabaça. "Deviam chamar a gente para conversar, citar oficialmente, não ficar só falando", ressaltou o morador, que reclamou da comunicação feita hoje por um suposto oficial de Justiça.

Décadas - Sidnei Quintino Pereira, 37, contou que a sua família, que reside no local há 30 anos, receberá R$ 96 mil para desocupar o terreno. Eles moram em duas casas, com seis e cinco cômodos no Jardim Paulista. "O valor é muito pouco", contou, destacando que um terreno na região custa de R$ 60 mil a R$ 70 mil.

Pereira afirmou que a sua mãe, Quitéria Ferreira Pereira, deveria receber, no mínimo, R$ 150 mil para construir uma casa do mesmo tamanho do imóvel atual. Sua família está muito apreensiva com o risco de despejo, já que um suposto funcionário do Poder Judiciário os comunicou de que terão 10 dias para deixar as residências.

A obra - Os imóveis desapropriados ficam nos bairros Paranaense, Vila Ieda, Progresso, TV Morena, Carlota, Morumbi e Jardim Paulista. A prefeitura pretende construir via marginal nos dois lados do córrego e um parque linear.

A obra faz parte do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e custará R$ 6,1 milhões. O município alegou que a urbanização irá beneficiar 14,2 mil famílias. Outras 29 famílias fizeram acordo amigável com a prefeitura e já tiveram a indenização paga.

Nos siga no Google Notícias