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Cidades

Férias tornam ida a postos de saúde teste de paciência

Redação | 07/01/2010 08:24

As férias deste ano estão repetindo um problema que atinge todos os anos os que precisam de atendimento público de saúde: a demora nos postos de saúde, que muitas vezes impõe uma peregrinação pelas unidades. A situação piorou neste período por causa das férias de médicos e funcionários e este ano tem um agravante, que é o aumento do número de casos de dengue. As reclamações são muitas e não se referem apenas à falta de pediatras, deficiência crônica na rede municipal de saúde.

O Campo Grande News percorreu hoje postos de saúde e em todos eles, encontrou usuários insatisfeitos, mesmo nas unidades mais bem estruturadas, caso do Centro de Saúde Coronel Antonino e Vila Almeida, onde foram implantadas UPA (Unidade de Pronto Atendimento), a última há menos de um mês.

No posto Vila Almeida, que agora funciona em um prédio novo no Jardim Panamá, Aline Aparecida dos Santos, 20 anos, contou que o padrasto esperou 5 horas para ser atendido. Segundo ela, ele procurou a unidade na noite de ontem, por volta das 21h, com fortes câimbras pelo corpo, e só foi atendido às 2h de hoje. "Acho isso um absurdo, uma falta de respeito com a população", afirmou.

Outro paciente contou que chegou a procurar a unidade por dois dias seguidos, conseguiu atendimento, mas não a solução do problema. Ivan Jesus da Silva, de 44 anos, diz ter um inchaço na região da virilha, segundo ele provocado por uma íngua.

Na terça, contou ter ficado das 8 às 14 hora na espera da consulta e só conseguiu ser encaminhado ao setor de agendamento. Como a consulta programada só deve ocorrer em março, resolveu voltar à unidade para na tentativa de conseguir ser encaminhado à Santa Casa.

Depois de esperar novamente por quase três horas foi informado que o encaminhamento não seria possível. "Não adiantou. Eles disseram que não dão encaminhamento para hospitais. Até março posso ter um problema ainda maior e o que vai acontecer?", questionou.

A assistente social e gerente da unidade, Lenilda Figueiredo, explica que isso acontece por que os postos 24 horas são destinados aos atendimentos de casos emergenciais. Casos que não considerados de gravidade são encaminhados para o ambulatório onde serão feitos os agendamentos.

Lenilda assegura que a unidade trabalha com uma escala com uma média de três profissionais por período e segundo ela, dois médicos faziam atendimento no posto na madrugada de terça-feira.

Ainda conforme a assistente social, o aumento de casos de dengue tem surtido efeito no movimento de pacientes na unidade. "Ontem [terça-feira] cerca de 700 pessoas passaram pelo posto, desses 19 apresentavam sintomas da dengue".

Cansada de esperar por atendimento, Thais Ferreira de Lucas, de 21 anos, disse que vai optar por uma consulta particular. "Já estou desistindo de esperar", disparou ela na fila por atendimento no posto recém inaugurado.

"Na outra unidade o atendimento era muito mais rápido", comparou afirmando que no posto há carência de especialistas na pediatria. "Ontem não tinha pediatra atendendo na unidade".

A reclamação feita por ela não foi confirmada pela gerente do posto. De acordo com Lenilda, na terça-feira havia um pediatra prestando atendimento durante todo o dia. "Apenas na sexta-feira á tarde e no domingo não temos o especialista na escala fixa", explicou lembrando que a unidade está em fase de adequação.

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