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Cidades

Garota morta tinha 3 filhos e ajudava pais em reciclagem

Redação | 04/06/2009 17:00

A garota de programa Claudinéia Rodrigues Mendes, a "Néia", 25 anos, assassinada na noite do dia 8 de maio, em Campo Grande, tinha três filhos, e segundo a mãe dela, Edna Rodrigues Mendes, 46 anos, ajudava também a catar materiais para serem reciclados.

"Néia" morava com os pais e os filhos em uma residência simples do Jardim Montevidéu. A casa é de alvenaria, mas ainda não há nem reboco. Onde deveria haver vidros nas janelas, há plásticos e panos. Não há muro, nem calçada. O asfalto da rua é recente, nem o meio fio foi feito ainda.

Os filhos, de dois, quatro e sete anos, agora estão sob a responsabilidade dos avós. "A mais velha já estuda, o do meio ainda não consegui vaga, o outro não tem idade", diz Edna.

Edna sobrevive da venda de materiais para reciclagem, que ela e o marido buscam pelas ruas. De acordo com Edna, "Néia" também ajudava. "Quando ela estava sem dinheiro ela pegava o carrinho e ia pegar material".

Edna diz que não sabia que a filha era garota de programa e que só ficou sabendo quando foi avisada da morte. "Me ligaram aqui, uns amigos dela lá da praça, e primeiro disseram que tinham pegado ela, depois que ela tinha sido morta e o corpo estava naquele lugar onde ficam os cadáveres", relata Edna, referindo-se ao IML (Instituto Médico Legal). "Eu não tive condições de ir Meu marido que foi lá".

Emocionada, a dona de casa relembra como foram os últimos dias com a filha, que ela descreve como "uma boa filha, que tratava todo mundo com muito respeito". Segundo Edna, na quinta-feira a filha disse que iria em um pagode na praça no dia seguinte.

No entanto, já na sexta-feira, falou que não iria mais. "Ela falou que não ia mais. Aí eu sai, quando voltei ela não estava em casa e não tinha avisado para onde tinha

ido".

Os filhos - Edna diz que ao ver a mãe no caixão, os dois mais velhos entenderam que ela havia morrido. Já o mais novo, não. "Ele disse que ela estava dormindo".

O caso - "Néia" foi morta a pedradas e a tijoladas em um matagal localizado na divisa dos bairros Nova Campo Grande, Santa Emília e Jardim Carioca.

Os autores, de acordo com a Polícia Civil, são: os universitários Hugo Pereira da Silva e Fernando Pereira Verone, ambos de 19 anos, e o auxiliar administrativo Leonardo Leite Cardoso, 27 anos.

Conforme a Polícia Civil, os três pegaram Néia e uma amiga na praça Ary Coelho e seguiram com elas até em frente ao Motel Chega Mais. Eles estavam no carro do pai de Fernando, que está foragido.

A amiga de Néia, que está sob proteção do Estado, pulou do carro quando percebeu que estava em risco, pois em depoimento à Polícia, disse que os rapazes questionaram sobre dinheiro, cartões e falaram em fazer programa de graça.

"Néia" ficou no carro e acabou sendo morta. Hugo e Leonardo, que estão presos, falam que não tiveram relação sexual com ela nem trocaram carícias. A Polícia diz que Fernando e Leonardo, que estavam no banco de trás com ela, a acariciaram.

Na versão dos dois presos, Fernando foi o autor dos golpes que desfiguraram o rosto da garota de programa. Segundo eles, Hugo não participou e ficou de longe e Leonardo apenas deu um chute na garota, empurrando-a do carro. Eles falam que acreditavam que ela seria apenas deixada no local.

A Polícia diz que Fernando e Leonardo foram os autores dos golpes. Hugo ajudou a empurrar o corpo para o meio do matagal.

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