Perícia do INSS é adiada quatro vezes e bebê espera há 9 meses por benefício
Menina de 2 anos tem doença respiratória que pode causar engasgos e perda de peso

Desde março deste ano, Kamila Cristina da Silva, de 35 anos, aguarda no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) uma perícia para avaliar o pedido de aposentadoria da filha de dois anos, diagnosticada com laringomalácia, condição que provoca ruído agudo ao respirar. Nos casos mais graves, provoca engasgos ou atraso no ganho de peso.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Mãe de criança com laringomalácia aguarda há oito meses perícia do INSS para solicitar aposentadoria da filha. Kamila Cristina da Silva, de 35 anos, não consegue trabalhar devido aos cuidados necessários com a menina de dois anos, que precisou deixar a creche por conta da condição. A criança passou por cirurgia na Santa Casa após um ano de espera e aguarda tratamento específico. A perícia já foi remarcada quatro vezes, com nova data para 17 de dezembro. Sem renda, a mãe enfrenta dificuldades financeiras e busca auxílio através de doações e benefícios sociais.
Segundo a mãe, o encaminhamento foi feito a partir de laudo emitido por um médico da UBS (Unidade Básica de Saúde). O documento confirma o diagnóstico de laringomalácia como sequela de uma internação prolongada por bronquiolite. Desde os dois meses, a menina também apresenta sibilância recorrente, caracterizada por crises de chiado no peito relacionadas, principalmente, a infecções virais respiratórias.
- Leia Também
- Servidores do Estado reclamam de descontos na 1ª parcela do décimo terceiro
- Aposentados de SP e MS receberão R$ 330 milhões em atrasados do INSS
No último dia 15, após um ano de espera, a criança passou por cirurgia na Santa Casa. Agora aguarda o início do tratamento específico para a doença. Enquanto cuida da filha, Kamila conta que não consegue trabalhar. A menina precisou deixar a creche porque os profissionais, embora atenciosos, não sabiam como lidar com os problemas de saúde e a mãe era acionada constantemente para buscá-la.
“Não tenho do que reclamar da creche. Eles até olham para mim, mas têm medo de dar algum problema com ela. A vaga dela continua lá”, disse Kamila.
Sem conseguir manter o emprego em serviços gerais, a mãe entrou em março com o pedido de aposentadoria da filha. Até agora, a perícia já foi adiada quatro vezes, a última remarcada para 17 de dezembro.
“É difícil você passar dificuldade com uma filha de dois anos, que precisa de leite, fralda. Estou correndo atrás das coisas, mas eles não dão resposta. Toda vez eu vou de ônibus, bato com a cara na porta e volto. Não sei o que vou fazer”, desabafou.
Kamila relata que, nas vezes em que compareceu ao INSS, não foi atendida porque o médico estava de férias, de licença ou porque o número de vagas para perícia já havia sido preenchido. O médico que acompanha a criança alerta que a cirurgia feita não garante melhora definitiva e que outro procedimento deve ser necessário no próximo ano.
A mãe afirma ainda que já pediu ajuda ao Conselho Tutelar, mas foi informada de que nada poderia ser feito. Ela também deu entrada no benefício Mais Social para tentar quitar aluguel e contas atrasadas de água e luz. Além disso, pede apoio por meio de doações. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (67) 99302-2131.
A reportagem procurou o INSS em Mato Grosso do Sul, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.