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Cidades

Haitianos são ouvidos na sede da Polícia Federal

Redação | 17/03/2010 18:06

Os oito haitianos presos hoje em Miranda, por entrada ilegal no Brasil, chegaram no fim da tarde desta quarta-feira à sede da Superintendência da Polícia Federal, em Campo Grande.

Eles serão ouvidos pelo delegado de plantão, mas outros procedimentos só devem ser adotados amanhã porque, segundo a assessoria da PF, quando chegaram à Capital o setor administrativo já estava com expediente encerrado.

Segundo a Polícia Federal, eles vão aguardar em Campo Grande, presos, até que seja feito contato com a embaixada do Haiti no Brasil e providenciada a deportação.

A Polícia Federal não informou como ficará o menino de 6 anos, também encontrado com o grupo.

O garoto veio ao Brasil ao lado dos pais e de tios. Todos foram flagrados por volta das 13h no Hotel Miranda, um dos mais antigos do município, a 205 quilômetros de Campo Grande. No grupo estão 5 mulheres, 2 homens e a criança.

Sem bagagem, com apenas algumas roupas em sacos plásticos, eles relataram aos policiais a dificuldade de chegar ao Brasil. Um dos policiais rodoviários federais que participou da ação, fala francês e conseguiu algumas informações sobre a aventura.

Mesmo assim, não disseram qual seria o destino no Brasil.

De táxi - Os haitianos partiram no final de janeiro do Haiti, com algumas economias. Passaram pelo Panamá, Peru e depois Bolívia, onde permaneceram por algumas semanas. Ficaram os últimos dias em Santa Cruz de La Sierra, de onde partiram com destino a Corumbá.

No domingo passado, conseguiram chegar ao Brasil. Na madrugada de segunda, o grupo se dividiu em dois táxis e seguiu até Miranda, onde por volta das 3h se hospedou no Hotel Miranda.

O proprietário, Nivaldo Ribeiro, conta que no mesmo momento suspeitou da situação. "Um cara, também do Haiti, chegou falando que ia deixar esse grupo aqui e ia para Cuiabá. Largou o pessoal e nunca mais voltou", relata.

Quietos, diante da dificuldade de entender a língua portuguesa, já que falam francês, os oitos permaneciam a maior parte do tempo nos quartos, diz o dono do hotel. "Davam dinheiro para a gente comprar comida e ficavam aqui", detalha.

Desconfiado, ele diz que resolveu relatar o caso à Polícia. "A gente tem dó, porque sabe que o país deles foi destruído, mas não dá para fingir que não estou vendo que tem alguma coisa errada", justifica.

De dar dó - Segundo a Polícia Civil de Miranda, que também integrou a operação de busca aos imigrantes ilegais, o grupo ficou devendo R$ 90 ao hotel.

O delegado do município, João Reis Belo, comenta que ao ver a situação teve penados haitianos. "A situação é de dar dó. Eles não têm dinheiro e estão muito abatidos", comenta.

Os haitianos têm percorrido o mundo depois de terremoto em janeiro, que devastou o País.

Três meses depois do tremor, de 7,2 graus na escala Richter, a estimativa é de 1 milhão de pessoas ainda permanecem desalojadas no Haiti, que continua dependendo de ajuda internacional.

As agências internacionais falam em cerca de 600 mil que migraram para as províncias mais distantes do epicentro do tremor. Algumas cidades chegaram a ter sua população duplicada, o que complica ainda mais a situação tensa e de desabastecimento.

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