Inaugurado há 7 meses, ambulatório em Unei não funciona
Sete meses após ser inaugurado, o ambulatório da Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco, cenário de motim e fugas na última segunda-feira, ainda não entrou em funcionamento.
Com investimento de R$ 283 mil, o local foi planejado para fazer o atendimento de atenção básica, evitando deslocamentos desnecessários de internos para serem atendidos em postos de saúde de Campo Grande.
De acordo com o superintendente de Assistência Socioeducativa, coronel Hilton Vilassanti, a obrigação da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) era construir e equipar o ambulatório, mas a equipe médica é responsabilidade da prefeitura.
"A secretaria estadual de Saúde está formalizando o acordo com os municípios para que assumam o atendimento médico aos adolescentes", afirma. Segundo Vilassanti, o município vai receber recursos do governo federal para pagar a equipe.
Ontem, dois adolescentes que fugiram após a rebelião se entregaram.
Vilassanti acredita que a dificuldade no atendimento médico tenha influenciado na rebelião. "Acredito que sim. Eles já têm privação de liberdade, estão longe da família".
Localizada na BR-262, a 20 km de Campo Grande, a Unei Dom Bosco já registrou tentativa de motim e uma rebelião desde janeiro. Com capacidade para 48 adolescentes, o local receber até 90 reeducandos. A unidade tem cinco blocos. De acordo com o superintendente, quatro blocos foram reformados.
No último dia 12, o motim durou cerca de 20 minutos. Os internos estavam tomando banho de sol quando subiram no telhado e começaram a jogar pedras, iniciando o tumulto.
Os adolescentes tentaram em seguida tomar toda a Unei, mas foram impedidos pelos policiais militares.