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Interior

Acusado de golpe de quase R$ 1 milhão diz que também foi vítima

Caso segue sob investigação da Polícia Civil do município, distante 405 quilômetros da Capital

Viviane Oliveira | 23/12/2021 16:09
Fachada da delegacia de Polícia Civil de Itaquiraí, município com pouco mais de 21 mil habitantes (Foto: Itaquiraí News) 
Fachada da delegacia de Polícia Civil de Itaquiraí, município com pouco mais de 21 mil habitantes (Foto: Itaquiraí News)

A defesa de Cristiano da Silva Marques, 34 anos, acusado de envolvimento em golpe de quase R$ 1 milhão na venda de gado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande, disse que seu cliente também foi vítima de estelionato.

No começo do mês, o pecuarista Rodrigo Paiva, 36 anos, registrou boletim de ocorrência contra Cristiano após perder R$ 963 mil numa compra de bois. Segundo ele, a negociação foi feita com Cristiano, no entanto, o dinheiro foi depositado na conta de uma terceira pessoa, identificada apenas como Roberto, que a vítima só teve contato por telefone.

Segundo o advogado Osvaldo Dettmer Junior, Cristiano só não caiu no esquema porque a todo momento dizia que só liberaria o gado depois que recebesse o valor em sua conta bancária. Como não houve pagamento, os bois não foram liberados.

Falso intermediário - Segundo o advogado, Rodrigo caiu num esquema conhecido como “golpe do falso intermediário”. A ação, que atinge vendedores e compradores, é muito conhecida no processo de compra e venda de automóveis.

O estelionatário entrou no grupo de venda de gado e enganou tanto Rodrigo (comprador) como Cristiano (vendedor, dono do gado). Nesse caso, o golpista usa argumentos diferentes para cada uma das vítimas, oferece o produto por valor bem menor que o de mercado, e no final da negociação recebe o pagamento do comprador interessado pelo bem.

Quadrilha - “O delegado presume que seja algum presidiário ou quadrilha envolvida no crime de estelionato. Depois que recebeu o dinheiro, o picareta sumiu no mundo e está tentando dar outro golpe na cidade usando o mesmo ‘modus operandis’. Esse caso acontece muito com a compra e venda de veículos usados ou seminovos. Com gado é uma nova modalidade”, disse.

Osvaldo explicou que a negociação entre Rodrigo e Cristiano foi presenciada por outras pessoas. Porém, a vítima acreditando que levaria vantagem por comprar os bois com valor bem abaixo, não comentou com Cristiano os detalhes da negociação.

Segundo o delegado Eduardo Lucena, Cristiano também registrou boletim de ocorrência acreditando ter sido vítima de Rodrigo. “A situação é bem complexa". O caso segue sob investigação da delegacia de Polícia Civil do município.

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