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Interior

Assassinato de empresário segue sem solução uma semana após o crime

Sócio de Junior da Silva Bonato é suspeito de ser mandante, mas juiz revogou prisão e ele está solto

Helio de Freitas, de Dourados | 15/07/2021 12:27
Local onde Junior da Silva Bonato foi morto com 11 tiros, na noite de 7 deste mês (Foto: Adilson Domingos)
Local onde Junior da Silva Bonato foi morto com 11 tiros, na noite de 7 deste mês (Foto: Adilson Domingos)

Continua sem solução o assassinato do empresário Junior da Silva Bonato, o “Juninho”, 41, ocorrido no dia 7 deste mês em Dourados (a 233 km de Campo Grande. Ele foi morto com 11 tiros de pistola 9 milímetros dentro do escritório da transportadora da qual era sócio, na noite de quarta-feira da semana passada.

Nesta semana, o responsável pelas investigações, delegado Erasmo Cubas, do SIG (Setor de Investigações Gerais), informou ao Campo Grande não haver por enquanto nenhuma novidade sobre o caso.

Até agora, oficialmente o único suspeito identificado pela polícia é o sócio de Bonato, Rodinei Alves dos Santos, 41. Ele chegou a ser preso em flagrante como mandante do crime, mas dois dias depois foi solto por determinação do juiz Eguiliell Ricardo da Silva, da 3ª Vara Criminal.

Rodinei passou a ser considerado suspeito depois de várias contradições e de ter escondido e depois mandado a irmã destruir o próprio celular. Logo após Bonato ser executado, ele alegou que o pistoleiro tinha levado o aparelho, um iPhone 11.

Usando um martelo, a irmã do empresário quebrou o celular em cinco partes e jogou as peças destruídas na região do Porto Cambira, do outro lado da cidade.

Após a apreensão do celular destruído e da confissão de Rodinei, de que tinha mandado a irmã destruir o aparelho para que não vazassem imagens íntimas, o delegado pediu a prisão temporária dele, mas o juiz negou o pedido e mandou a polícia soltar o empresário.

O empresário Junior da Silva Bonato, morto dia 7 (Foto: Reprodução)
O empresário Junior da Silva Bonato, morto dia 7 (Foto: Reprodução)

Tráfico – Amigos de infância e antigos vizinhos no bairro Izidro Pedroso, Juninho e Rodinei foram alvos em 2010 da Operação Deserto, da Polícia Federal, acusados de ligação com quadrilha internacional de tráfico de cocaína.

Rodinei conduzia o caminhão onde estavam 50 quilos de cocaína, apreendido em Arujá (SP). Durante a investigação, a PF descobriu que ele trocou várias mensagens de celular sobre a entrega da droga com pessoa de Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, essa pessoa se tratava de Junior Bonato.

Em 15 de fevereiro de 2012, Rodinei foi condenado e passou pelo menos oito anos na cadeia. Bonato também foi condenado, a 4 anos e 8 meses de reclusão, mas seus advogados recorreram, alegando falta de prova de que era ele a pessoa que tinha orientado Rodinei sobre a entrega da cocaína.

Em novembro de 2016, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região acatou o recurso, anulou a condenação de Junior Bonato e determinou reiniciar o processo a partir do depoimento das testemunhas de defesa.

No ano seguinte, em 27 de abril, foi determinada a retomada do curso processual. A ação chegou ao fim em 29 de outubro do ano passado e Junior Bonato foi absolvido pela juíza federal Maria Isabel do Prado.

“Não é possível concluir, com a certeza necessária, que Junior foi integrante, de forma estável e permanente, da associação criminosa volta ao tráfico internacional de drogas, ao passo que a parca indicação de vínculo suscita dúvidas ao Juízo da qualidade desta ligação, se esporádica, ou, ainda, se, de fato, voltado ao tráfico de drogas. Assim, diante das dúvidas suscitadas, reputo insuficientes as provas de envolvimento do réu no crime de associação criminosa voltada ao tráfico de drogas”, decidiu a juíza.

Segundo depoimento do próprio Rodinei, ele e Junior Bonato montaram a transportadora há pelo menos dois anos. Ele admitiu que vinha passando por alguns problemas com o sócio relacionados aos negócios.

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