Casa de policial é alvejada a tiros em fronteira dominada pelo crime
Atentado ocorreu na madrugada desta terça-feira; balas atingiram paredes da casa e carro, em Pedro Juan Caballero
Bandidos armados abriram fogo contra a casa de um policial na madrugada desta terça-feira (4) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande. É mais um capítulo da violência diária atribuída ao crime organizado que luta pelo controle do tráfico de drogas na Linha Internacional.
De acordo com a ocorrência registrada pela Polícia Nacional, o atentado ocorreu por volta de 2h30 na Rua Luis Ferraro, no bairro São Luis. Os atiradores estavam armados com pistolas 9 milímetros.
Os tiros acertaram na parede frontal da casa e um Volkswagen Gol prata estacionado na garagem. A residência pertence ao suboficial da Polícia Nacional Rafael Ramón Soto Giménez, de 36 anos lotado na Comisaría 1ª, no bairro Mariscal Estigarribia.
Investigadores da Polícia Nacional e a promotora Camila Rojas estiveram no local, mas não há pista dos atiradores. Nos últimos três dias, duas pessoas foram feridas a tiros e outra executada em Pedro Juan Caballero e Ponta Porã.
Na noite de ontem, o advogado paraguaio Néstor Echeverría denunciou ter sido vítima de atentado a tiros por parte de pistoleiros de moto. Ele chegou a procurar o Hospital Regional de Pedro Juan Caballero, mas quando policiais foram ao local para ouvi-lo, Echeverría já tinha deixado a unidade.
De acordo com o jornal ABC Color, o advogado procurou proteção na casa do ex-governador de Amambay, Pedro González, seu vizinho. O político do Partido Liberal diz que as autoridades negaram proteção ao advogado.
Echeverría e González são inimigos políticos do Clã Acevedo. Recentemente, os dois fizeram denúncias contra o prefeito de Pedro Juan, José Carlos Acevedo, o irmão dele e deputado Robert Acevedo, e a mulher de Robert, a vereadora Zulma de Acevedo, todos também filiados ao Partido Liberal.