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Interior

Com estrada bloqueada, Paranhos está sem combustível e dinheiro

Apenas carros pequenos passam em trecho que desmoronou no dia 9; prefeito diz que mercados também enfrentam falta de produtos

De Dourados | 20/12/2016 10:17
Trecho MS-295 desmoronou após forte chuva, no dia 9; chuva atrapalha recuperação (Foto: Direto das Ruas)
Trecho MS-295 desmoronou após forte chuva, no dia 9; chuva atrapalha recuperação (Foto: Direto das Ruas)
Comunicado em agência bancária informa sobre falta de dinheiro (Foto: Direto das Ruas)
Comunicado em agência bancária informa sobre falta de dinheiro (Foto: Direto das Ruas)

Isolada há 11 dias, Paranhos, a 469 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai, enfrenta falta de combustível, de alguns alimentos e até de dinheiro nos caixas eletrônicos das duas agências da cidade.

O problema começou no dia 9 deste mês, quando um trecho da MS-295 desmoronou a 39 km do perímetro urbano. A enxurrada aumentou a vazão de um pequeno córrego que passa sob a rodovia e a força da água levou parte do asfalto.

A estrada foi interditada no mesmo dia pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul), mas alguns motoristas de carros pequenos se arriscam e continuam passando pelo trecho que desmoronou.

Veículos maiores, como caminhões e ônibus, não conseguem passar e para chegar à cidade são obrigados a pegar o caminho alternativo pela MS-165, conhecida como Linha Internacional, que fica na fronteira seca com o Paraguai.

Só que passar por essa rodovia obriga os condutores a rodarem pelo menos 60 km por trechos de terra, que estão intransitáveis por causa da chuva. Sem estrada, caminhões com alimentos e combustíveis não conseguem entrar em Paranhos. Mercados e mercearias estão abastecidos com cargas levadas em carros pequenos.

O prefeito da cidade, Júlio César de Souza (PDT), disse hoje ao Campo Grande News que faltou combustível na semana passada e o problema foi resolvido através de medidas paliativas. “Mas se continuar chovendo, vai faltar de novo”.

Sem dinheiro – Segundo ele, o maior problema é a falta de dinheiro nos caixas eletrônicos das duas únicas agências bancárias e na casa lotérica de Paranhos.

“Os bancos e a lotérica estão funcionando, mas falta dinheiro para circular na cidade. O comércio todo está sendo afetado e a chuva não para”, afirmou o prefeito. Júlio de Souza disse que o desmoronamento desse trecho já era previsto, porque a base do aterro foi feito sem o uso de pedra.

Uma moradora da cidade disse à reportagem que não consegue sacar dinheiro para pagar o pedreiro que faz uma obra em sua casa. O trabalhador vai viajar no Natal e a saída para a moradora será pedir para uma sobrinha sacar o dinheiro em Amambai e levar até Paranhos, a 110 km de distância.

Chegar e sair de ônibus a Paranhos também virou uma aventura. O coletivo segue pela MS-156, entra na MS-295 e no bloqueio os passageiros descem, cruzam o trecho desmoronado a pé e entram em outro veículo para chegar à cidade. Segundo um morador, quem mais sofre são as pessoas com muita bagagem.

Obra vai atrasar – Nesta terça-feira, a Agesul confirmou que a recuperação da estrada vai demorar mais que o previsto. Segundo a agência do governo, os trabalhos começaram na terça-feira passada e estão sendo feitos pela empresa TDC Engenharia.

“O trecho permanece interditado, no entanto existem condutores que por conta e risco passam pela rodovia. A previsão inicial era que o acesso fosse liberado em 23/12, no entanto devido às intensas chuvas que acometem na região, o previsto é até 13 de janeiro”, informou a Agesul.

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