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Interior

Comissão considera "infundada" acusação sobre financiamento de invasão em MS

Deputado estadual Coronel David disse que Cimi custeou ônibus para transporte de indígenas até fazenda

Por Silvia Frias | 30/10/2025 11:03
Comissão considera "infundada" acusação sobre financiamento de invasão em MS
Indígenas colocaram fogo na plantação da fazenda Ipuitã, em Caarapó (Foto/Reprodução/Arquivo)

A Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo, vinculada ao MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), divulgou nota nesta quinta-feira (30) negando envolvimento de lideranças indígenas e do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) na ocupação da Fazenda Ipuitã, em Caarapó, distante 274 quilômetros de Campo Grande.

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A Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo negou o envolvimento de lideranças indígenas e do Conselho Indigenista Missionário na ocupação da Fazenda Ipuitã, em Caarapó, Mato Grosso do Sul. A manifestação contradiz declarações do deputado Coronel David, que acusou o CIMI de financiar o transporte de indígenas para a invasão. A comissão classificou as acusações como infundadas e esclareceu que sua missão no estado teve caráter institucional, focando na apuração de denúncias de violência policial contra comunidades Guarani e Kaiowá. O CIMI apenas auxiliou na logística de transporte para uma agenda oficial de escuta, que ocorreu após a ocupação.

A manifestação foi publicada após declarações do deputado estadual Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PL), que afirmou no plenário da Assembleia Legislativa de MS que o CIMI, entidade ligada à CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), teria financiado o transporte de indígenas que participaram da ocupação, na madrugada de 25 de outubro.

Segundo o deputado, documentos comprovariam que o Cimi custeou o deslocamento de cerca de 15 pessoas até a área e que a ação estaria relacionada a uma disputa pela coordenação regional da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em Dourados. Ele também pediu a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Estadual sobre possíveis crimes cometidos durante o episódio.

Na nota, a CNEVC classificou as acusações como “infundadas” e informou que sua missão no Mato Grosso do Sul, realizada entre 27 e 31 de outubro, teve caráter institucional e interministerial, com foco na apuração de denúncias de violência policial e uso irregular de agrotóxicos contra comunidades Guarani e Kaiowá nas terras indígenas Passo Piraju (Dourados) e Guyraroka (Caarapó).

A comissão explicou que os conselheiros da Grande Assembleia Aty Guasu Guarani & Kaiowá foram convidados oficiais da agenda de escuta promovida pela comissão, que contou com representantes de órgãos públicos, entidades da sociedade civil e lideranças indígenas.

O encontro ocorreu em 27 de outubro e, segundo a nota, os participantes chegaram por volta das 12h do dia 25, ou seja, "cerca de oito horas após o início da retomada, momento em que a situação já se encontrava destensionada".

O texto também afirma que o CIMI auxiliou apenas na logística da viagem, com o aluguel do transporte e “não participou nem financiou ações de retomada territorial”.

Assinada por Leador Machado, diretor do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários do MDA, a nota destaca que a presença da comissão no estado teve caráter institucional e mediador, voltado à apuração de denúncias e ao diálogo com comunidades e autoridades locais.

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