Contador tem prejuízo de R$ 8 mil por conta de buraqueira na MS-040
A viagem do contador Pedro Henrique Caetano Rodrigues, 23 anos, que tinha como destino Presidente Prudente em São Paulo, no último sábado (04) foi interrompida antes mesmo da metade do caminho, por conta dos buracos na MS-040, próximo a Santa Rita do Pardo.
Depois de perder o controle do carro modelo Hyundai HB20 por conta das crateras e uma quase capotagem, o retorno para Capital foi sobre um caminhão guincho, depois de muita dor de cabeça e com um prejuízo de quase R$ 8 mil.
O acidente ocorreu por volta das 07h, logo após uma curva e a cerca de um quilômetro do município. No trecho em específico os buracos ocupam toda a rodovia em um perímetro de pelo menos cinquenta metros e, passar por eles é inevitável, segundo o contador.
“É um trecho que não tem por onde desviar e quando eu me dei conta, já estava ´em cima`. Tentei frear, mas os pneus estouraram, eu perdi o controle do volante e fui em direção ao acostamento e só parei sobre um barranco”, comenta.
No veículo, além do rapaz, seguiam também a esposa, a cunhada e um amigo. Todos a caminho da cidade paulistana onde iriam prestar um concurso público, no domingo (05). “Ficamos muito assustados, porque depois de sair da pista o carro quase capotou”, completa o rapaz. “Mas os transtornos não pararam por aí”, explica Pedro.
O contador conta que teve de ir de carona até a Santa Rita do Pardo em busca de socorro. “Mas lá além de não ter caminhão guincho, meu celular não tinha sinal. Tive que pegar um telefone emprestado para daí solicitar o socorro. Fomos sair do local do acidente ao meio dia”, se queixa.
Só pelo transporte do veículo o contador diz ter pago R$ 1 mil reais até Campo Grande. Ao chegar na oficina a revolta foi ainda maior ao contabilizar os prejuízos.
“O motor saiu do lugar, rebentou as correias de ignição, as duas rodas, para-choque, funilaria, etc. Somado tudo, o concerto estimado vai ser de pelo menos R$ 7 mil. Sem falar que ainda perdemos a prova”, completa.
Ninguém se feriou gravemente por conta do acidente, a não ser pelas escoriações e inchaços depois que o air bag do carro foi acionado. Mas devido aos transtornos e claro, do prejuízo, o rapaz pretende até mesmo entrar com uma ação judicial contra o Governo do Estado.
“É revoltante por que essa rodovia foi inaugurada ainda em 2014. É um percurso que poderia servir de atalho para quem busca ir para Bataguassu, por exemplo, mas já esta em péssimas condições. Nos trechos com buracos no máximo jogaram um cascalho fino que não resolveu nada. Situações como a que ocorreu comigo acontecem diariamente”, desabafa.
Manutenção – A empresa responsável pelo recapeamento e manutenção deste trecho da MS-040 é a CGR Engenharia que já foi notificada três vezes para retornar a este ponto em específico, segundo a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
Procurada pela agência para se manifestar sobre o caso a construtora se comprometeu ir fazer a manutenção do trecho, ainda esta semana.
Histórico – Inaugurada no dia 29 de dezembro de 2014, a obra de pavimentação de 210 quilômetros da MS-040 custou R$ 275 milhões, mas em menos de três anos a rodovia já acumula diversas rachaduras, buracos e elevações conforme já foi mostrado anteriormente pelo Campo Grande News.
A rodovia começou a ser construída em meados de 1994 e tinha apenas 17 km concluídos, até que em 2014 foi terminada e agora liga Campo Grande a Santa Rita do Pardo. O trecho de 210 quilômetros da MS-040 foi dividido em dez lotes.
Os de número 1 e 2 foram executados pela Proteco, que firmou contratos de R$ 45,3 milhões com o governo do Estado, conforme publicado no Diário Oficial de 8 de julho de 2013. As obras foram na gestão do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e fizeram parte do pacote do MS-Forte, que foi financiado pelo BNDES.
