Corumbá concentra casos de covid-19 nas regiões central e do Aeroporto
Equipe do campus Pantanal da UFMS monitora casos e ajuda na implementação de ações de combate à doença

As duas regiões com maios índice de casos de covid-19 em Corumbá, cidade a 428 Km de Campo Grande, são a área central e a do aeroporto da cidade, onde há concentração de comércio. A identificação foi feita pelo curso de Geografia e pelo Mestrado em Estudos Fronteiriços campus Pantanal da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Coordenado pela professora Elisa Pinheiro de Freitas, o resultado do monitoramento está sendo repassado à prefeitura de Corumbá desde o dia 30 de maio e visa subsidiar informações que possam ajudar no enfrentamento ao novo coronavírus.
Os primeiros casos de covid-19 em Corumbá foram importados, segundo a professora, mas passados dois meses observou-se a existência da transmissão comunitária. Hoje são 86 casos.
“Já fizemos a geolocalização desses casos e passamos para a Secretaria Municipal de Saúde apontando onde poderia haver focos de disseminação. Com o acesso ao mapeamento, as pessoas podem visualizar onde estão os casos e a partir daí podem traçar regiões de maior risco de contágio para regiões de menor risco de contágio”, detalha a coordenadora.
De imediato mostramos as variáveis geográficas que colocavam Corumbá numa situação muito complexa de fragilidade porque, do ponto de vista do sitio urbano, são 110 mil habitantes em 30 km quadrados em Corumbá, ou seja, o munícipe percorre a cidade muito rapidamente. Alertamos a prefeitura que se esse sítio urbano favoreceria o contágio em massa, caso não fossem tomadas as medidas de contenção de uma quarentena mais forte”, aponta a pesquisadora.
Assim, antes da doença chegar, a equipe publicou artigo para explicar a situação e “as autoridades municipais tomaram medidas de prevenção logo cedo. Então, a doença chega aqui dois meses depois de ter acometido em várias outras centralidades do Brasil. Isso se deve sobretudo a questão das barreiras sanitárias”, disse Elisa.
O objetivo final do projeto é publicar um atlas que mostre o avanço da doença em tempo real por meio dos mapas e isso serve para justamente ajudar a planejar políticas públicas locais de contenção da doença, segundo os pesquisadores.
Fazem também parte da equipe o professor Sérgio Isquierdo e Claudia Araújo e os bolsistas de iniciação científica do curso de Geografia Leandro Pereira Santos (PIBIC) e Rafael Rocha Sá (PICV).