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Interior

Crescimento econômico leva 4 mil novos moradores para Costa Rica

Marta Ferreira | 20/09/2011 16:52

Cidade está recebendo usina de álcool que deve começar a operar este ano

O prefeito de Costa Rica, Jesus Baird, em entrevista ao **Campo Grande News**. (Foto: Alessandro Moretti)
O prefeito de Costa Rica, Jesus Baird, em entrevista ao **Campo Grande News**. (Foto: Alessandro Moretti)

Na última estimativa oficial de população feita pelo IBGE, o município de Costa Rica, a 390 quilômetros de Campo Grande, aparece com população de 20.027 habitantes. Na prática, porém, a cidade tem pelo menos mais 4 mil pessoas morando, segundo o prefeito, Jesus Baird (PMDB), que explicou, em visita ao Campo Grande News, como a Prefeitura tem feito para atender essa população classificada como flutuante, advinda do crescimento econômico vivido pela cidade.

Baird informou que essa população não contabilizada oficialmente é formada pelos trabalhadores que atuam na construção da usina ETH-Brenco, prevista para operar este ano, em outubro, e também pelas pessoas que migraram para a cidade por conta da obra. “São prestadores de serviços para a construção”, comenta.

Esses moradores não entram nos cálculos para as transferências estaduais e federais de recursos para a cidade, embora gerem demandas sociais, uma delas na área da habitação, setor em que a Prefeitura aguarda verbas federais para a construção de moradias. Hoje, a lista de espera para entrar em programas de habitação popular na cidade tem mais de mil pessoas, conforme Baird.

Na área da assistência social, a Prefeitura criou um projeto municipal de transferência de renda, o Vale Cidadão, que repassa cem reais todo mês para 200 famílias em situação de risco. Foi implantada, ainda, uma horta, que fornece verduras e legumes às famílias cadastradas no Cras (Centro de Referência em Assistência Social).

Horta comunitária fornece legumes e verduras para 200 famílias em Costa Rica. (Foto: Divulgação)
Horta comunitária fornece legumes e verduras para 200 famílias em Costa Rica. (Foto: Divulgação)

A horta, conforme o prefeito, também dá oportunidade a pessoas em recuperação, entre elas dependentes químicos em tratamento.

Na saúde, a procura também cresceu, mas o prefeito se orgulha de dizer que o Município é um dos poucos que atende, e até ultrapassa, a meta da OMS (Organização Mundial da Saúde) de um profissional a cada mil moradores. Em Costa Rica, afirma, há um médico a cada 825 moradores.

Esses resultados considerados positivos estão ocorrendo mesmo sem o recebimento, desde 2009, de dinheiro do orçamento federal. A cidade tem emendas paradas há mais de dois anos, conforme o prefeito.

Estradas melhores - Em relação ao governo do Estado, ele agradece investimentos feitos na região. O destaque, conforme Baird, é nas ligações rodoviárias. Durante anos, a cidade sofreu com rodovias sem asfalto que se transformavam em verdadeiro atoleiro.

Isso acabou com a pavimentação da MS-306, principal estrada que leva à cidade, e da BR-359.

O prefeito comentou que, embora tenha gerado um custo social, a chegada da usina de álcool, trouxe também maior movimentação para o comércio e para o setor de prestação de serviços, como por exemplo a rede hoteleira. A cidade lucrou, ainda, com o Imposto Sobre Serviços pago pelas empresas envolvidas na construção do projeto.

A usina, de um grupo gigante formado pela ETH e pela Brenco que está investindo em toda a região, já tem 18 mil hectares de cana-de-açúcar cultivados, de um total de 40 mil.

O investimento total previsto é de R$ 800 milhões, para produção de 3,8 milhões de litros de etanol anualmente. O número de empregos diretos previstos passa de 2,5 mil, conforme o prefeito.

A indústria é um símbolo da mudança na matriz econômica cidade, antes baseada em pecuária e agricultura, com foco no milho e na soja. Hoje, a pecuária está menor, a soja e o milho permanecem, mas ganharam também a companhia do algodão, que ocupa mais de 20 mil hectares, transformando Costa Rica em capital da cultura no Estado.

No rastro das plantações de algodão, três indústrias de fiação, que empregam cada uma cerca de 50 pessoas, se instalaram de 2009 para cá. O prefeito comenta que elas tiveram de suspender a produção, por causa da dificuldade de comprar matéria prima, em razão da opção maior pela exportação do algodão, mas que estão retomando a produção no momento.

Nos últimos anos, Costa Rica também está investindo nas belezas naturais, para atrair turistas, especialmente os que gostam de aventuras nas cachoeiras e corredeiras existentes na cidade. “ A nossa matriz econômica está mudando. Acreditamos que só daqui dois anos ela vai ter um novo desenho consolidado”, prevê o prefeito.

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