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Interior

Em ação contra “gatos”, empresa corta luz de 500 moradores de favelas

Cortes de ligações clandestinas foram feitos hoje com apoio da PM

Helio de Freitas, de Dourados | 29/08/2017 13:43
Polícia Militar acompanha corte de “gatos” em área ocupada (Foto: Divulgação)
Polícia Militar acompanha corte de “gatos” em área ocupada (Foto: Divulgação)

Em mais uma ação para combater os “gatos”, como são chamadas as ligações clandestinas de energia elétrica, a concessionária Energisa cortou nesta terça-feira o fornecimento em duas áreas de ocupação localizadas na região sul de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.

Com apoio da Polícia Militar, a empresa desativou a rede clandestina e deixou no escuro pelo menos 500 moradores das comunidades Vitória e Ouro Fino, instaladas em áreas da prefeitura, perto da BR-163, na saída para Caarapó.

As famílias, muitas com crianças pequenas, idosos e gestantes, também ficaram sem água, já que as áreas não possuem rede da Sanesul e são abastecidas por poços. Sem energia, a bomba que retira água não funciona.

Os moradores relatam que as famílias da comunidade Ouro Fino estão no local há pelo menos quatro anos. Já os moradores da comunidade Vitória ocupam o espaço há dois anos, depois que foram despejados de casas do residencial Harrison de Figueiredo, em 2015.

“As pessoas estão revoltadas, porque ficaram 20 anos esperando a casa própria. Depois que fomos retirados das casinhas, a prefeitura nos trouxe para essa área. Não somos invasores, fomos autorizados a morar aqui”, afirmou uma moradora ao Campo Grande News.

“Somos alvos de preconceito. Enquanto estamos aqui passando por dificuldade, os políticos desfrutam do dinheiro público. Só queremos nossos direitos garantidos na Constituição, que são moradia, saúde, educação e saneamento básico. Agora somos tratados como lixo, mas no começo da política no ano que vem a coisa muda de figura”, reclamou a moradora, que pediu para não ter o nome divulgado.

Moradores reclamam que prefeitura autorizou ocupação de área (Foto: Direto das Ruas)
Moradores reclamam que prefeitura autorizou ocupação de área (Foto: Direto das Ruas)

Energisa – Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a concessionária informou que a ação de combate às ligações clandestinas de hoje envolveu 15 equipes na Sitioca Campo Belo e contou com o apoio da Polícia Militar.

“Foram constatadas e retiradas 350 ligações irregulares. O objetivo da ação é garantir a segurança das famílias que vivem no local e proteger a rede de distribuição de energia que abastece os clientes regulares do município”, afirmou a empresa.

Segundo a concessionária, as ligações consumiram em média 445MWh/ano, o que equivale a R$ 222 mil reais/ano. Resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) determina que as distribuidoras de energia só podem regularizar o fornecimento de energia em áreas invadidas com a permissão do governo, prefeitura ou Ministério Público.

Os moradores questionam a alegação de que estão em área invadida. “A prefeitura cadastrou todo mundo aqui, somos atendidos no Cras da Vila Cachoeirinha, nos postos de saúde”.

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