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Interior

Em nota, lideranças indígenas contrariam PF e dizem que Nisio está morto

Marta Ferreira | 28/12/2011 12:46

Na semana passada, corporação divulgou relatório de investigação de ataque a índios e disse que não há indícios de execução

Nisio foi executado, afirma nota de assembléia de líderes indígenas. (Foto: Divulgação Cimi)
Nisio foi executado, afirma nota de assembléia de líderes indígenas. (Foto: Divulgação Cimi)

A Aty Guasu, assembléia que reúne lideranças indígenas, divulgou hoje nota reafirmando que o guarani-kaiowá Nisio Gomes, de 59 anos, considerado desaparecido pela Polícia, foi executado por pistoleiros que invadiram o acampamento Guayviri, em Aral Moreira, no dia 18 de novembro.

A nota foi uma resposta à divulgação pela Polícia Federal, na semana passada, de relatório afirmando que há mais indícios de que Nisio esteja vivo do que morto. A PF diz que as investigações indicaram que houve ataque ao acampamento, em uma fazenda reivindicada como terra indígena, mas que não há provas da execução de Nisio.

A Corporação afirma, inclusive, que de lá para cá foi feito saque na conta dele de um benefício em nome de Nisio.

O inquérito, que segundo a PF seria concluído esta semana, indicia dez pessoas, entre fazendeiros, seguranças e administradores de empresas de segurança pelo ataque ao acampamento, mas também um indígena, filho de Nisio, por ter mentido em seu depoimento.

Após a publicação do relatório, a Aty Gassu reuniu seu conselho em Dourados e divulgou a nota sobre o caso, com base em investigações feitas pelos integrantes da assembleia, como informa o texto.

A nota relembra os diversos conflitos envolvendo a disputa por terras entre índios e fazendeiros e ressalta que entre os integrantes da Aty Gassu há ndígenas graduados e pós-graduados em universidades públicas. Isso significa, conforme a nota, que “utilizam diferentes métodos e técnicas de investigações científicas conforme os fatos ocorridos”.

Após essas investigações, afirma o texto, é que “foram e são feitas as denúncias dos crimes variados contra o povo Guarani-Kaiowá”.

“No que diz respeito ao xamã Nisio Gomes, nós lideranças-investigadores da Aty Guasu investigamos rigorosamente o caso do líder xamã Nisio Gomes, ouvimos em detalhe todos os rezadores, parentes, irmãos (ãs), filhas (os), netos (as) de modo repetitivo, na grande assembleia Aty Guasu”, informa o texto.

O texto prossegue dizendo que, “a partir de todos os depoimentos ouvidos e analisados no seio da Aty Guasu concluímos que a liderança religiosa Nísio Gomes de fato foi massacrado, assassinado e levado do tekoha Guaiviry no dia 18/11/2011 pelos pistoleiros das fazendas.

Esta é conclusão definitiva que prevalece entre nós todos, os povos Guarani e Kaiowá”.

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