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Interior

Exame confirma estupro de estudante que teve coma alcoólico durante trote

Delegado disse que caloura de engenharia estava em coma alcoólico, o que dificulta identificação dos estupradores

Helio de Freitas, de Dourados | 21/03/2018 15:07
Inquérito sobre estupro de adolescente em festa open bar é conduzido pela Delegacia da Mulher (Foto: Helio de Freitas)
Inquérito sobre estupro de adolescente em festa open bar é conduzido pela Delegacia da Mulher (Foto: Helio de Freitas)

A adolescente de 17 anos que ficou em coma alcoólico em uma festa open bar promovida por cursos da área de engenharia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) na segunda-feira (19), foi estuprada. A confirmação foi feita através de exame médico, informou hoje (21) ao Campo Grande News o delegado regional de Polícia Civil Lupérsio Degerone Lucio.

“O estupro foi comprovado, mas a menina estava em coma alcoólico, não sabe quem a estuprou”, afirmou o delegado. A investigação é conduzida pela titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) Paula Ribeiro dos Santos.

Moradora em Nova Andradina, cidade a 190 km de Dourados, a estudante foi aprovada no curso da UFGD e se instalou na cidade onde fica a sede da universidade para iniciar o ano letivo nesta semana.

Na manhã de segunda, a adolescente participou junto com outros calouros do trote organizado pelos próprios estudantes e ajudou a arrecadar dinheiro nos semáforos da área central de Dourados. O dinheiro foi usado para bancar a festa open bar, que ocorreu no período da tarde no Bloco dos Sacudos, um espaço de festas na Avenida Indaiá, região oeste da cidade.

Informada através de ligação telefônica que a filha estava internada em coma alcoólico no Hospital da Vida, a mãe veio para Dourados e descobriu que a adolescente também tinha sofrido abuso sexual.

A menina foi levada ao hospital por universitários veteranos, organizadores da festa, após ser encontrada desmaiada na rua, perto do local do evento. Antes, porém, os veteranos a levaram até uma república, para que as roupas sujas da menina fossem trocadas. Ela chegou ao hospital usando roupas masculinas.

Bebida para menor – Segundo o delegado, os organizadores também serão investigados por servir ou permitir o consumo de bebida alcoólica por menor de idade, crime previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

“O foco está sendo descobrir os autores do estupro. Todos os presentes na festa serão chamados para depor. Os depoimentos estão sendo agendados. A adolescente e a mãe já foram ouvidas”, explicou Lupérsio Degerone.

Ontem, a UFGD divulgou nota informando que vai abrir um processo administrativo disciplinar para acompanhar o caso e promete punir alunos da instituição que estejam envolvidos no crime.

A universidade também disponibilizou seu serviço de ouvidoria para receber informações e denúncias sobre trotes violentos e disse que mantém o setor de atendimento psicológico para atender tanto a vítima quanto seus familiares.

“A Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis já acionou a Polícia Militar para ações mais efetivas contra o trote”, informou a UFGD. Representantes da universidade deveriam se reunir hoje com a titular da Delegacia da Mulher. A reportagem não conseguiu falar com a delegada.

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