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Interior

Exército mobiliza 500 militares para testar Sisfron e assusta índios

Operação envolve homens da brigada de Dourados e de dois regimentos do Exército; índios temem pressão para desocupação de fazendas invadidas em 2016 no município de Caarapó

Helio de Freitas, de Dourados | 22/05/2018 14:21
Tropas do Exército fazem exercício para testar Sisfron (Divulgação/EB)
Tropas do Exército fazem exercício para testar Sisfron (Divulgação/EB)

A mobilização de carros, caminhões e até um helicóptero do Exército causou alvoroço na manhã desta terça-feira (22) na comunidade indígena de Caarapó, a 283 km de Campo Grande. A movimentação faz parte de uma operação para testar na prática a utilidade do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), mas a passagem dos veículos deixou os índios preocupados, já que temiam uma nova investida para desocupação de fazendas invadidas desde 2016.

No dia 9 de abril deste ano, tropas do Exército e equipes da Polícia Federal e da Polícia Militar foram acionadas para cumprir a reintegração de posse de duas propriedades em Caarapó, mas o despejo foi suspenso pela ministra Cármem Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na manhã de hoje, a passagem dos carros do Exército por uma das estradas de acesso a Laguna Carapã, que corta a área de conflito, e o sobrevoo do helicóptero, fez muitos índios acreditarem que seria uma nova operação para reintegração, como narrou ao Campo Grande News um professor que trabalha na escola da Aldeia Tey Kuê.

Entretanto, a 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada do Exército em Dourados informou que os exercícios fazem parte do exercício de validação do Sisfron, cujo projeto-piloto está sendo implantado em Mato Grosso do Sul desde 2012.

Para avaliar o desempenho do sistema em uma operação tática, pelo menos 500 homens da Brigada Guaicurus, em Dourados, do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizada, em Bela Vista, e do 11º Regimento, em Ponta Porã, participam da operação utilizando 145 veículos militares.

Com os seguidos cortes de recursos feitos pelo governo federal, o Sisfron está atrasado. Em março deste ano, o presidente Michel Temer cortou R$ 60 milhões do projeto.

Só 10% dos recursos previstos foram liberados até o ano passado. Mesmo assim, segundo o Exército, 60% do cronograma foi concluído e estimativa, pelo menos até agora, é de o projeto ficar totalmente operacional até dezembro deste ano.

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