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Expedição pelo Pantanal conhece a força e integração da pecuária e ecoturismo

Viagem de seis dias revelou o desconhecido e as potencialidades da região

Por Silvio de Andrade, de Corumbá | 01/06/2025 11:58
Expedição pelo Pantanal conhece a força e integração da pecuária e ecoturismo
Integrantes da expedição na orla portuária de Corumbá e ao fundo o Rio Paraguai. (Foto: Divulgação)

A presença do empreendedorismo no Pantanal de Mato Grosso do Sul, seja com a integração da região com o Corredor Bioceânico, através de Porto Murtinho, ou os grandes negócios em família unindo produção agropecuária consorciada com o ecoturismo ou pesca esportiva, foi um dos principais pontos destacados pela Expedição Pantanal Tech. O evento iniciado dia 26 de maio foi encerrada neste domingo (1º), em Corumbá.

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Expedição percorre 1.500 km pelo Pantanal de MS e destaca integração entre pecuária e ecoturismo. A iniciativa, composta por 50 pessoas, passou por Aquidauana, Porto Murtinho, Miranda e Corumbá, avaliando o desenvolvimento regional e a força da produção sustentável. A comitiva constatou o impacto da Rota Bioceânica em Porto Murtinho, o potencial da pecuária em Corumbá e a presença do ecoturismo em Miranda. A expedição buscou ouvir os pantaneiros, considerados guardiões do bioma, para propor políticas públicas mais eficazes. Os resultados da viagem serão debatidos no Pantanal Tech MS 2025, em junho.

Percorrendo em seis dias mais de 1.500 quilômetros entre os municípios pantaneiros de Aquidauana, Porto Murtinho, Miranda e Corumbá, a jornada reuniu 50 pessoas, entre pesquisadores, gestores, empresários e representantes de instituições públicas e privadas, em um comboio com 14 veículos. A iniciativa partiu da UEMS (Universidade Estadual de MS) e do Instituto Viva Pantanal.

Expedição pelo Pantanal conhece a força e integração da pecuária e ecoturismo
Em Porto Murtinho, cidade em transformação com a Rota Bioceânica (Foto: Divulgação)

“A percepção que tivemos foi de que o Pantanal está em franco desenvolvido com os investimentos públicos e privados, onde a Rota Bioceânica é uma realidade, vai impactar na saúde, segurança e assistência social, e com os grandes empreendimentos em família gerando emprego, renda e se preocupando também com a produção sustentável”, resumiu Laércio Alves, reitor da UEMS.

Força da pecuária - A expedição passou pela Estrada Ecológica de Piraputanga, em Aquidauana, e vivenciou o cenário de oportunidades que transformará Porto Murtinho no centro da Rota Bioceânica, deixando de ser uma cidade fim de linha na fronteira com o Paraguai. Na sequência, a comitiva cruzou o Pantanal de Murtinho até Miranda, onde visitou a Fazenda San Francisco, que trabalha com agricultura (arroz irrigado) e ecoturismo.

Expedição pelo Pantanal conhece a força e integração da pecuária e ecoturismo
Reitor Laércio Alves destacou os empreendimentos agroturísticos sustentáveis (Foto: Divulgação)

No sábado, o grupo seguiu para Corumbá, maior município do bioma, e conheceu o potencial da pecuária pantaneira no leilão de 4,5 mil animais no Novo Horizonte, sub-região da Nhecolândia. A viagem em direção à Capital do Pantanal foi pela Estrada Parque (MS-228), cruzando o Rio Paraguai no Porto da Manga e a morraria do Urucum. Na cidade, o dia encerrou num barco-hotel com palestras de gestores da prefeitura.

“No leilão vivenciamos a força da pecuária, que avança em qualidade e melhoramento genético e na produção de pasto com sustentabilidade”, comentou o reitor. “As instituições que participaram da expedição devem somar esforços e contribuir para que essa produção bovina cresça ainda mais, buscando atender as demandas e cumpra seu objetivo, que é a conexão com as pessoas do território.”

Expedição pelo Pantanal conhece a força e integração da pecuária e ecoturismo
Integrantes da expedição saboreiam a comida de comitiva (Foto: Divulgação)

Organizadora da expedição, a presidente da Ong Viva Pantanal, Tatiana Scaff Telles, disse que a proposta foi reunir a universidade e instituições ambientais, rurais e de gestão pública, órgãos de segurança e organizações não-governamentais, para justamente conhecer e compreender o bioma, as particularidades de cada sub-região e propor políticas públicas mais eficazes em áreas como logística, educação, saúde e segurança.

Ouvir o pantaneiro - “Temos que escutar o pantaneiro, a expedição buscou ser um canal de aproximação”, observou, ressaltando que os produtores e as comunidades tradicionais são os guardiões do bioma mais preservado. “Eles são os responsáveis pelo que é o Pantanal, 80% preservado. Precisamos escutar essas pessoas que ali vivem e produzem e promover uma discussão mais ampla sobre suas necessidades com a academia e as instituições.”

Expedição pelo Pantanal conhece a força e integração da pecuária e ecoturismo
A rica biodiversidade pantaneira no caminho da expedição (Foto: Divulgação)

Integrando a expedição, Renato Roscoe, diretor executivo do Instituto Taquari Vivo, ficou impressionado com a diversidade dos pantanais que conheceu e também compactua com a proposta de ouvir o pantaneiro antes de propor ações para o território. “A pior coisa que pode acontecer é criarmos restrições sem conhecimento que tornem o Pantanal vazio, vazio dessas pessoas que o preservam”, disse.

O passeio no barco hotel pelo Rio Paraguai, depois de um dia extenuante pelas estradas pantaneiras, foi compensador para os expedicionários: conheceram a estrutura da pesca esportiva de Corumbá, uma das maiores da América Latina, e os projetos turísticos e culturais do município. O reitor Laercio Alves ficou surpreso com o novo perfil da pesca (mais famílias e adesão ao pesque e solte), fruto do empreendedorismo da empresária Joice Santana.

Expedição pelo Pantanal conhece a força e integração da pecuária e ecoturismo
Controle do fogo foi um dos temas discutidos na visita ao Instituto Homem Pantaneiro (Foto: Divulgação/IHP)

“Não conhecíamos a grandeza da pesca esportiva e o protagonismo de quem promove uma atividade que hoje enfrenta os desafios do pesque e solte, ganhou a adesão da maioria dos pescadores e mudou a cultura do passado atraindo a família e a mulher”, disse o reitor. Ele e o grupo ficaram impressionados também com os investimentos no desenvolvimento local. “Uma visão futurista do prefeito (Gabriel Oliveira).”

A expedição encerrou-se na manhã deste domingo com visita ao Memorial do Homem Pantaneiro e Instituto Homem Pantaneiro, no porto geral. As conclusões da viagem serão apresentadas e discutidas durante o Pantanal Tech MS 2025, que acontecerá entre os dias 26 e 29 de junho, em Aquidauana.

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