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Interior

Feminicida alega legítima defesa e até suicídio para tentar se livrar da prisão

Marcos Fernando Martins, de 40 anos, disse ter reagido à facada e até que vítima cometeu suicídio

Adriano Fernandes e Liniker Ribeiro | 27/03/2020 22:17
Delegada Jenifer Estevam, responsável pela prisão em flagrante do suspeito na Capital. (Foto: Kisie Ainoã) 
Delegada Jenifer Estevam, responsável pela prisão em flagrante do suspeito na Capital. (Foto: Kisie Ainoã)

Em diferentes versões dadas à polícia nesta sexta-feira (27), Marcos Fernando Martins, de 40 anos, disse ter reagido à facada e até que vítima cometeu suicídio, no entanto, nenhum de seus argumentos deram cabo dos indícios que apontam ele como o assassino da ex-mulher, Euzébia Clara Leite Pereira, de 26 anos, com um tiro na testa.

Após cometer o crime na noite desta quinta-feira (26) em Água Clara, o suspeito fugiu para a Capital com um amigo, que também lhe deu abrigo em uma residência do Jardim Centenário. As informações iniciais eram de que o criminoso havia contado com a ajuda de dois homens e teria sido preso no Centro.

Marcos Fernando e o comparsa, que não teve a identidade divulgada, foram localizados por policiais do 1º BPM (Batalhão da Polícia Militar) após denúncia anônima que informou sobre o paradeiro do criminoso. Durante a abordagem ele ainda tentou fugir, mas acabou sendo contido. À Polícia Militar o criminoso  disse ter atirado após ter levado uma facada da ex-mulher.

À esquerda, coronel Claudemir, comandante do 1º BPM. (Foto: Kisie Ainoã) 
À esquerda, coronel Claudemir, comandante do 1º BPM. (Foto: Kisie Ainoã)

“Ele disse que ela havia pedido drogas e como ele se recusou, ela pegou uma faca e partiu para cima dele, momento em que teria ocorrido o disparo”, comenta o coronel Claudemir de Melo Domingos Braz, comandante do 1º BPM.

À Polícia Civil, no entanto, Marcos deu um outro depoimento. “Ele disse que os dois teriam discutido, que a ex-mulher teria apontado uma arma para ele e em seguida atirado contra a própria cabeça”, completa a delegada responsável pela autuação em flagrante, Jenifer Estevam da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher).

Ambas as versões, segundo a delegada, não se sustentam. “Com base na perícia inicial, nas informações sobre a dinâmica do crime que foram repassadas pela polícia de Água Clara, não seria possível a versão o autor”, diz a delegada.

Marcos Fernando foi autuado em flagrante por feminicídio, agravado por motivo torpe e emboscada. Ele já acumulava passagens por posse ilegal de arma de fogo e violência doméstica. O inquérito sobre o caso será encaminhado para a Polícia Civil de Águas Claras onde testemunhas apontadas pelo suspeito devem ser ouvidas.

No início desta noite a Polícia Militar continuava em busca da arma usada no crime, junto com o comparsa do assassino.

Feminicídio - O assassinato ocorreu na casa em que a mulher morava, por volta das 17 horas desta quinta-feira, 26 de março. A irmã da vítima, que era sua vizinha, contou a polícia que ouviu a briga do casal e na sequência um estampido.

Preocupada, correu para ver o que estava acontecendo e encontrou a irmã no quarto, morta com um tiro na testa. O casal morou junto por pouco mais de um ano. Testemunhas relataram que Marcos não aceitava o fim o relacionamento, por isso continuava procurando a ex. Após o crime ele fugiu para a Capital onde acabou preso.

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