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Interior

Funai pedirá à Justiça enterro de índio em fazenda ocupada por guaranis

Marta Ferreira | 29/09/2011 11:04

Ele morreu ontem e corpo ainda está em funerária. Polícia investiga se morte tem relação com a disputa por terra

O corpo do índio guarani-caiuá Teodoro Recalde, 33 anos, que morreu na madrugada de ontem, em Paranhos, ainda está na funerária da cidade, aguardando sepultamento. A demora ocorre porque a comunidade onde ele vive, em um acampamento na fazenda São Luís, quer que o enterro seja feito na área, reivindicada como a terra indígena Y´poi.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) deve fazer à Justiça o pedido para que o sepultamento seja feito no local, seguindo as tradições dos índios. Recalde foi espancado, segundo a comunidade, e a Polícia Federal está investigando se o crime tem relação com a disputa pela terra.

Uma equipe da corporação foi ontem à região e ainda está colhendo informações, segundo informações repassadas hoje ao Campo Grande News.

A Polícia Civil também está na investigação e, conforme as informações obtidas na delegacia, deve começar a ouvir os depoimentos sobre a morte do índio até o fim desta semana.

O corpo foi encontrado em uma propriedade chamada Cabeça de Boi, que é caminho para o acampamento na fazenda São Luis. No local, vivem cerca de 70 famílias, que só estão ali depois que a Justiça Federal autorizou a presença delas.

Histórico-A comunidade é a mesma em que dois professores desapareceram em outubro do ano passado até hoje só um deles foi encontrado, morto. A área está em estudos para identificação e demarcação como terra indígena.

A Polícia Federal foi acionada pelo MPF (Ministério Público Federal) para investigar se a morte de Recalde tem relação com a questão fundiária. Um inquérito vai ser aberto, de acordo com a informação da Corporação.

Se as investigações dentificarem que o crime tem relação coma disputa de terra, o inquérito fica com a Polícia Federal. Se essa possibilidade for descartada, será mantido apenas o inquérito da Polícia Civil, para apurar os responsáveis pelo homicídio.

Integrantes da comunidade acionaram o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e relataram que o índion foi atacado por homens quando voltava para o acampamento. O corpo tinha sinais de ferimentos a pauladas e de faca.

Morador do acampamento, o índio Rodolfo Vera, afirmou que o sepultamento deve ser feito no acampamento pois é ali que o índio tem parentes e é a terra ancenstral dele.

A reportagem tentou contato com os donos da fazenda, mas os telefones obtidos só tocaram.

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