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Interior

Greve de fiscais agropecuários congestiona aduana em três cidades

Sindicato diz que pelo menos 243 caminhões estão parados nos postos de Corumbá, Ponta Porã e Mundo Novo esperando documentação; greve dura duas semanas

Helio de Freitas, de Dourados | 30/09/2015 14:54
Caminhões parados na aduana em Ponta Porã por causa da greve dos fiscais agropecuários federais (Foto: Divulgação)
Caminhões parados na aduana em Ponta Porã por causa da greve dos fiscais agropecuários federais (Foto: Divulgação)

Pelo menos 243 caminhões continuam parados nos pátios da aduana em Corumbá, na fronteira com a Bolívia, e em Ponta Porã e Mundo Novo, na fronteira seca do Brasil com o Paraguai, por causa da greve dos fiscais agropecuários federais que completa duas semanas. O número, de acordo com o sindicato dos grevistas, inclui também os veículos à espera de documentação nos frigoríficos.

“Muitas exportações não possuem licenciamento prévio. Os despachantes estão evitando protocolar processos por causa da greve, assim muitos dos caminhões parados não conseguimos contabilizar”, afirmou nesta quarta-feira ao Campo Grande News o delegado sindical e fiscal federal André Castriani Quirino.

Segundo ele, Corumbá é o local de maior retenção de caminhões. “Mas lá tem mais estrutura e fica longe do centro da cidade. Em Mundo Novo, como o pátio da aduana está em reformas, tem muito problema. Em Ponta Porã o pátio é minúsculo e fica dentro da cidade, o que gera ainda mais transtornos”.

Negociação prevista – André Quirino disse que está prevista para esta quarta-feira uma reunião do Ministério do Planejamento com representantes nacionais da greve e com a Frente Parlamentar da Agricultura do Congresso Nacional, na tentativa de um acordo para acabar com a greve.

“É algo extraoficial e não é certeza. Caso ocorra a reunião e exista proposta do governo, faremos assembleia nacional para decidirmos pelo fim da greve”, afirmou Quirino.

A greve dos fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prejudica exportação e importação de produtos agropecuários, entre eles 4.400 toneladas de produtos vegetais como feijão e madeira e 3.150 toneladas de produtos de origem animal, principalmente carnes. Outros 277 processos de liberação para exportação de carnes ou sementes estão com suas análises suspensas no Estado.

Dos 105 fiscais em Mato Grosso do Sul, 85% aderiram à greve. A categoria reivindica reestruturação da carreira, com mudança da denominação para auditor fiscal federal agropecuário, recomposição do quadro de pessoal através de concurso público, defesa da meritocracia na ocupação dos cargos comissionados do MAPA, contra a terceirização/privatização do Serviço de Inspeção Federal e reposição salarial devido às perdas inflacionárias.

Ovos e cargas vivas – Nesta quarta, o sindicato da categoria informou que mesmo com a greve, os fiscais de Mato Grosso do Sul estão autorizando a exportação e importação de animais vivos e produtos altamente perecíveis, “em preservação ao bem-estar animal e minimizando danos ao setor produtivo”.

Conforme o sindicato, nesta semana foram autorizadas para exportação duas cargas contendo 137.520 ovos férteis de matrizes de frango de corte para as Filipinas e uma carga de 38.000 pintos de um dia de vida com destino ao Paraguai.

Caminhões estacionados em frente à aduana em Ponta Porã; local já tem pouco espaço e com a greve problema se agrava (Foto: Divulgação)
Caminhões estacionados em frente à aduana em Ponta Porã; local já tem pouco espaço e com a greve problema se agrava (Foto: Divulgação)
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