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Interior

Guatós da Barra de São Lourenço cobram atendimento de saúde

Cerca de 30 famílias vivem no local e, atualmente, recebem serviços apenas do projeto Povo das Águas

Por Lucia Morel | 15/08/2025 18:33

A comunidade indígena guató da Barra de São Lourenço, em Corumbá, reivindica atendimento do DSEI-MS (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul), órgão ligado à SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena). Cerca de 30 famílias vivem no local e, atualmente, recebem serviços apenas do projeto Povo das Águas, da Prefeitura de Corumbá, voltado para ribeirinhos.

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A comunidade indígena guató da Barra de São Lourenço, em Corumbá, enfrenta dificuldades no acesso à saúde. Cerca de 30 famílias dependem apenas do projeto Povo das Águas, da Prefeitura local, sem atendimento do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (Dsei/MS). O cacique Denir Marques da Silva relata que as cobranças por assistência médica ocorrem desde o ano passado, sem retorno efetivo. A situação ganhou visibilidade após um vídeo mostrar um barco da Sesai passando pela aldeia sem parar. A Funai enviou ofício ao Dsei/MS questionando a falta de atendimento no território, que está em processo de regularização desde 2023.

Nesta semana, um vídeo publicado nas redes sociais mostrou um barco da Sesai passando pelo Rio Paraguai, em frente à aldeia, sem parar. Nas imagens, um morador reclama que “nem deram um oi”. A legenda afirma que vários pedidos de ajuda foram encaminhados ao MPF (Ministério Público Federal) em Corumbá, à coordenação da Funai em Campo Grande e ao próprio Dsei/MS, mas sem retorno.

Segundo o cacique Denir Marques da Silva, o “Cacique Negré”, a cobrança pela presença de equipes de saúde ocorre desde o ano passado. Ele conta que, na época, a justificativa recebida foi de que o nível do rio estava baixo, impedindo a viagem. “Neste ano, disseram que não tinham sido informados que a Funai estava trabalhando aqui, que já era um território indígena”, relata.

Além da ausência de médicos, Negré afirma que não há fornecimento de água tratada. “Cada um trata como pode”, diz.

Um ofício da Funai, assinado pelo coordenador regional Elvisclei Polidório, foi enviado ao Dsei/MS e ao MPF para questionar a periodicidade e a abrangência dos atendimentos, além de reforçar que o território está em processo de regularização fundiária desde 2023. O documento defende que a assistência à saúde deve considerar as necessidades específicas e características culturais da população, independentemente da situação da terra.

A Funai em Mato Grosso do Sul informou que o caso deve ser tratado pela sede do órgão, em Brasília. O coordenador do Dsei/MS, Lindomar Terena, também foi procurado, mas não respondeu.

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