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Interior

Índio morreu com tiro na cabeça e no dia do confronto, aponta laudo do IML

Delegado da PF disse que laudo não é conclusivo sobre calibre, mas os indícios são de um tiro de 22; polícia aguarda resultados de perícias feitas no local do confronto e da balística

Helio de Freitas, de Dourados | 09/09/2015 10:51
Índio de 24 anos foi morto no dia de confronto, segundo laudo (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Índio de 24 anos foi morto no dia de confronto, segundo laudo (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

O guarani-kaiowá Semião Fernandes Vilhalva, 24, vítima do confronto entre produtores rurais e índios no dia 29 de agosto deste ano em Antonio João, a 279 km de Campo Grande, morreu com um tiro na cabeça, disparado de uma arma de pequeno porte, possivelmente calibre 22.

A informação faz parte do laudo do IML (Instituto Médico Legal) de Ponta Porã e foi confirmada nesta quarta-feira ao Campo Grande News pelo delegado da Polícia Federal Bruno Raphael Barros Maciel, que conduz as investigações sobre o assassinato.

Morreu naquele dia – Segundo ele, o laudo aponta também que a morte ocorreu no mesmo dia em que o corpo foi encontrado, próximo a um córrego, na fazenda Fronteira, uma das sete propriedades que fazem parte da área de 9.300 hectares, reivindicada pelos índios como Território Ñanderú Marangatú.

“O laudo aponta que a morte ocorreu entre 7 da manhã e 3 da tarde do dia 29 de agosto. Como deixa bem aberto sobre a hora, esperamos agora a perícia do local do crime para uma informação mais precisa, e realmente confirma a morte por projétil de arma de fogo. Não fala o calibre, mas pelo tamanho, trata-se de um calibre pequeno e apostamos em 22. A perícia no projétil para apontar o calibre ainda vai ser feita”, declarou o delegado.

A confirmação da necropsia de que a morte ocorreu entre 7h da manhã e 3h da tarde confronta com a declaração feita no dia do conflito pelo deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), que, mesmo vendo o corpo de uma distância de dez metros, afirmou que a vítima estava em “rigidez cadavérica”, o que poderia apontar morte ocorrida há mais de oito horas. Ele acompanhava um grupo de produtores rurais que foi ao local para retomar as fazendas ocupadas.

Segundo o delegado Bruno Maciel, o projétil estava alojado no crânio de Semião Vilhalva. O laudo da balística deve apontar o calibre exato da arma e possível trajetória da bala.

Duas perícias – A Polícia Federal aguarda também os laudos das duas perícias feitas no local do crime. Uma foi feita no dia 29, pela Polícia Civil, e a outra, complementar, por peritos da Polícia Federal, no domingo, dia 30. Segundo o delegado, esses laudos poderão ajudar a esclarecer pontos que ainda continuam duvidosos, inclusive precisar melhor a hora da morte.

Bruno Maciel disse que já ouviu várias pessoas no inquérito que apura a morte de Semião, entre índios, fazendeiros e policiais presentes na fazenda onde ocorreu o crime, mas disse que por enquanto não pode divulgar os detalhes.

“Já tivemos alguns avanços, já possuímos suspeitos de quem poderia ter feito o disparo, mas ainda não temos uma definição”, declarou o delegado.

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