Após torturar e matar pintor, suspeito postou pesar: "não merecia morrer assim"
Reinaldo negou o crime, mas, diante de provas suficientes, foi denunciado pelo Ministério Público
Poucas horas depois de matar com requintes de crueldade o homem com quem mantinha um relacionamento, o agente de segurança Reinaldo Ribeiro, de 43 anos, publicou uma mensagem de luto nas redes sociais. “Você não merecia morrer assim”, escreveu, como se fosse apenas mais um amigo abalado pela morte brutal do pintor Israel Reis dos Santos, de 53 anos. A realidade, no entanto, é que ele era o autor do assassinato, motivado, segundo o Ministério Público, por um “motivo fútil e cruel”.
RESUMO
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Um agente de segurança de 43 anos foi denunciado pelo assassinato brutal de Israel Reis dos Santos, 53, com quem mantinha relacionamento afetivo. O crime ocorreu em Campo Grande, no dia 16 de maio, após Reinaldo Ribeiro descobrir que a vítima era soropositiva. Após matar o pintor com extrema violência, utilizando diversos objetos como pedaço de madeira e ferro elétrico, o suspeito publicou mensagem de luto nas redes sociais. Reinaldo foi preso preventivamente e responderá por homicídio triplamente qualificado, tendo negado o crime e o relacionamento com a vítima, apesar das evidências.
A denúncia foi oferecida no dia 24 de julho e revela os detalhes chocantes do crime cometido no dia 16 de maio, em Campo Grande. No mesmo dia da morte, enquanto a família ainda buscava respostas, Reinaldo tentava apagar os próprios rastros, segundo a acusação. Ele destruiu o sistema de segurança da casa da vítima, onde Israel morava há mais de 30 anos, e fugiu.
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Conforme apurado, os dois tinham um relacionamento afetivo, apesar de Reinaldo ter negado à polícia. No interrogatório, feito em 17 de junho, quando foi preso preventivamente, ele disse que não mantinha qualquer vínculo com a vítima e sequer teria ido até a casa naquele dia. Também negou o crime, mesmo diante das provas e do histórico de ameaças já relatadas pela família de Israel.
Crime bárbaro - A sequência de violência começou após um desentendimento entre os dois em local público. Ainda nas primeiras horas do dia 16 de maio, eles foram juntos até a casa da vítima, na Vila Jacy. Lá, Reinaldo teria encontrado documentos médicos que indicavam que Israel era soropositivo.
Segundo o MP, foi esse o estopim para o crime. Ele pegou um pedaço de madeira e golpeou a vítima na cabeça, surpreendendo-a. Mesmo depois de cair inconsciente, Israel ainda sofreu novos ataques com outros objetos: pauladas, travesseiro sufocando seu rosto, e um ferro elétrico que causou queimaduras. Ele também foi enforcado com o fio do ferro. A perícia concluiu que Israel morreu sem chance de defesa e que o autor utilizou de “meios cruéis” para tirar-lhe a vida.
A casa também apresentava sinais de arrombamento por dentro e o corpo foi encontrado sem roupas, com rosto desfigurado, cortes nos lábios e marcas evidentes de tortura. A cena chocou até mesmo os peritos.
Frieza e encenação - Mesmo após o assassinato, Reinaldo ainda teve sangue frio para postar mensagens nas redes sociais lamentando a morte do homem que ele mesmo matou. Disse que Israel era “um cara bom”. À polícia, encenou estar em choque ao saber que Israel teve a cabeça “esmagada”, como se não tivesse qualquer envolvimento.
A frase publicada por ele: “você não merecia morrer assim” agora ecoa como deboche para a família da vítima, que desde o início desconfiava do envolvimento de Reinaldo.
O exame que confirmou o HIV positivo de Israel é datado de 7 de maio, nove dias antes do crime. Para o Ministério Público, a motivação foi totalmente desproporcional. “Conduta desarrazoada e excessiva”, pontua a denúncia, reforçando que o assassinato foi cometido por motivo fútil, com crueldade e recurso que impediu qualquer chance de defesa.
Reinaldo permanece preso e vai responder por homicídio triplamente qualificado.
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