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Interior

Jovem é linchado por agressores que diziam "viado" tem que morrer

Antonio Marques | 25/12/2015 16:05

Um rapaz de 23 anos foi brutalmente espancado na madrugada desta sexta-feira, 25, no Jardim Caramuru, próximo à Escola Menodora, em Dourados, a 220 km da Capital. Ele sofreu tentativa de linchamento por dois senhores que o acusaram de ter cometido um furto na casa de um deles. Armado de revolver um dos agressores ameaçou de morte, se a vítima não entregasse seus comparsas e gritava “veado tinha que morrer”.

O jovem relatou na Depac de Dourados que, por volta das 04h30 passou em um terreno baldio próximo a escola Menodora para encontrar um rapaz com estava “ficando” e o local seria o ponto de encontro dos dois. Como ele não viu a pessoa no local, decidiu ir embora. No entanto, quando estava deixando o lugar, foi abordado por várias pessoas que passaram a acusá-lo de ter furtado a casa de um deles. Os homens cercarem o rapaz e começaram a espancá-lo.

A vítima contou ao delegado Marcelo Batistela Damaceno, que além do espancamento, um dos agressores, identificado pela polícia como Carlos de Menezes Noia, 51 anos, portava um revólver pequeno e a todo momento o ameaçava de morte. E que o mesmo chegou a colocar a arma em sua testa, dizendo que se ele não entregasse “os outros comparsas que o mataria e jogaria seu corpo no rio Dourado.”

Conforme o boletim de ocorrência, a vítima ainda foi arrastada pelos cabelos e agredida a pauladas, que foram desferidas por outro senhor de 87 anos. O rapaz relatou também ter sofrido vários chutes no rosto, na cabeça e em várias partes do corpo.

O exame de corpo delito constatou que o jovem ficou muito lesionado e com os olhos fechados em razão do inchaço provocado pelas agressões no rosto e apresentava ainda várias lesões por todo o corpo. Além de agredirem o rapaz, os acusados do linchamento se referiam a ele como “veado, gay, imundícia e bandido. Disseram ainda que veado tinha que morrer”, ressaltou o jovem aos policiais.

No relato a Polícia Civil, o rapaz disse que pensou que iria morrer, pois não tinha como dizer quem era os ladrões que os agressores procuravam, por não ter participado de nenhum furto. Disse ele aos policiais que “nunca pegou nada de ninguém e não sabe quem praticou o furto”. Ele considerou que foi julgado, condenado e quase linchado.

O caso foi registrado na delegacia e os acusados vão responder criminalmente pelos crimes de lesão corporal dolosa (com a intenção), ameaça e injúria.

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