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Interior

Juiz cita "tendência a atos de violência doméstica" para manter prisão de pastor

O autor esfaqueou a mulher grávida de 28 semanas no último dia 10. O bebê nasceu vivo, mas morreu 3 horas depois

Viviane Oliveira | 16/11/2020 10:55
Juiz cita "tendência a atos de violência doméstica" para manter prisão de pastor
Pastor teve a prisão preventiva decretada na última sexta-feira (Foto: reprodução / Facebook)

A Justiça de Mato Grosso do Sul decretou a prisão preventiva do pastor Jorge de Souza Valdez, 44 anos, que esfaqueou o pescoço da mulher grávida de 28 semanas na madrugada de terça-feira (dia 10), em Três Lagoas, distante 313 quilômetros de Campo Grande. O bebê nasceu vivo, mas morreu 3 horas depois. A vítima continua internada no Hospital Auxiliadora.

Ao manter a prisão do pastor, o juiz Rodrigo Pedrini Marcos, da 1ª Vara Criminal do município, citou caso de violência doméstica cometida pelo autor no ano passado. “Verifica-se que o acusado, conforme antecedente, já vinha demonstrando a tendência de atos de violência doméstica, pois foi denunciado por ato praticado contra sua ex-companheira em fevereiro de 2019, ocasião em que disse que cortaria o pescoço da vítima, como fez no presente caso”, pontuou.

“Outrossim, causou o aborto de seu próprio filho, estando a vítima estado grave, o que demonstra que a liberdade do acusado representa risco em concreto, que não pode ser evitado por medidas cautelares menos gravosas para garantia da ordem pública”, decidiu o juiz. A decisão foi anexada ao processo sobre o caso na última sexta-feira (dia 13).

Internada - Internada há seis dias, a vítima que chegou a sofrer parada cardiorrespiratória e foi submetida a cesárea de emergência, apresentou melhora no quadro clínico e saiu da UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Auxiliadora, a paciente de 41 anos está internada em observação médica na unidade de clínica cirúrgica.

Crime - O caso aconteceu na madrugada de ontem (10), na Rua Copaíba, em Três Lagoas, no apartamento onde o casal vivia, com as duas filhas do primeiro casamento da vítima. Os dois moravam juntos há pouco mais de 6 meses, segundo relatos de vizinhos à polícia. Jorge foi autuado por feminicídio na forma tentada e por aborto sem consentimento da gestante. Ele trabalha como pedreiro, mas disse em depoimento que também é pastor na igreja “Resgatando Vidas para o Reino de Deus”.

Fichado - Jorge já esteve preso por tentativa de homicídio, no passado. Em interrogatório, o homem afirmou ter esfaqueado duas pessoas no ano de 1998. Segundo revelou à polícia, na ocasião, dois homens tentaram agredi-lo e, por isso, alegou ter se defendido com uma faca, ferindo a dupla. Pela tentativa, Jorge acabou sendo absolvido.  A ficha de antecedentes criminais de Jorge ainda tem registro de violência doméstica, por ameaça, registrado no mês de junho de 2019, por sua companheira, na ocasião.