ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JULHO, SÁBADO  12    CAMPO GRANDE 18º

Interior

Justiça reduz salário do prefeito de Naviraí de R$ 35 mil para R$ 18 mil

Decisão também corta pela metade a remuneração da vice-prefeita; partes podem recorrer

Por Gustavo Bonotto | 11/07/2025 22:15
Justiça reduz salário do prefeito de Naviraí de R$ 35 mil para R$ 18 mil
O prefeito de Naviraí, Rodrigo Sacuno, em foto publicada nas redes sociais. (Foto: Arquivo/Instagram)

A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou a redução do salário do prefeito de Naviraí, Rodrigo Sacuno (PL), de R$ 35 mil para R$ 18 mil. A decisão liminar é do juiz Eduardo Magrinelli Júnior, da 1ª Vara Cível do município, a 359 quilômetros de Campo Grande.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Justiça de MS reduz salário do prefeito de Naviraí de R$ 35 mil para R$ 18 mil. Decisão liminar atende a ação popular que questionou aumento concedido pela Câmara Municipal no fim do mandato anterior, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal. A vice-prefeita também teve o salário reduzido de R$ 18 mil para R$ 9 mil.A prefeitura tem dez dias para se adequar à decisão, sob pena de multa e processo por desobediência. O juiz Eduardo Magrinelli Júnior, da 1ª Vara Cível de Naviraí, considerou irregular o aumento aprovado em dezembro de 2024, a poucos dias do fim da gestão anterior. O Ministério Público apontou risco de prejuízo de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos. A decisão cabe recurso.

O corte atinge também a vice-prefeita Thelma Minari (União Brasil), que passa a receber R$ 9 mil mensais. Ambos tiveram os salários dobrados após aprovação pela Câmara Municipal em dezembro do ano passado. Na decisão, a Justiça deu prazo de dez dias para que a prefeitura regularize a folha, sob pena de multa e crime de desobediência.

Conforme a ação popular movida pelo advogado douradense Daniel Ribas da Cunha, a Lei Municipal nº 2.578/2024 fixou o subsídio de R$ 35 mil para o prefeito e R$ 18 mil para a vice-prefeita, valores que, segundo ele, foram definidos de forma irregular. “O ato implicou em aumento de despesas com pessoal no período de 180 dias anteriores ao final do mandato dos membros do Poder Executivo, o que encontra vedação expressa na Lei de Responsabilidade Fiscal”, aponta o autor na petição inicial.

A lei foi sancionada pela então prefeita Rhaiza Matos (PSDB) e publicada no Diário Oficial da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) em 17 de dezembro de 2024, entrando em vigor em janeiro deste ano. O juiz destacou que, embora o projeto pudesse ter tramitado antes, “se o ato foi publicado às vésperas do fim do mandato, é de se concluir que houve descumprimento da norma prevista no artigo 21”.

Em sua decisão, Magrinelli Júnior reforçou que a regra é clara ao proibir aumento de gastos com pessoal nos seis meses finais de mandato. “Trata-se de norma de natureza cogente e, portanto, não admite discricionariedade”, escreveu.

O Ministério Público Estadual também se manifestou pela redução. O parecer apontou risco de prejuízo de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos durante o mandato de 2025 a 2028.

Vale lembrar que Sacuno assumiu em janeiro já com o salário reajustado. Na época, disse a reportagem "não considerar o valor exorbitante", afirmando que havia abandonado o escritório de advocacia para administrar a cidade.

A decisão é provisória e cabe recurso. O processo segue para julgamento do mérito após a manifestação das partes.

O Campo Grande News entrou em contato com a administração municipal por e-mail, telefone e WhatsApp, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

Receba as principais notícias do Estado pelo celular. Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook, Instagram, TikTok e WhatsApp.

Nos siga no Google Notícias