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Interior

Marido de mãe de santo também é investigado por golpe milionário

Casal ostentação está envolvido no desvio de R$ 50 milhões de empresa douradense

Helio de Freitas, de Dourados | 07/10/2020 11:38
Fulvio Nicolich e Juliana Sambugaro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em data desconhecida (Foto: Reprodução)
Fulvio Nicolich e Juliana Sambugaro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em data desconhecida (Foto: Reprodução)

O marido da mãe de santo paulista Juliana Sambugaro, 39, entrou na mira da polícia por suspeita de participação no golpe milionário contra uma empresa de máquinas agrícolas de Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Com a ajuda de outra “guru espiritual” identificada apenas como “Mãe Jade”, Juliana teria convencido a coordenadora financeira da empresa a desviar R$ 50,8 milhões para 11 contas bancárias apontadas pelas golpistas. A polícia já pediu o bloqueio das contas – nove em nomes de pessoas jurídicas e duas de pessoas físicas – e espera recuperar pelo menos parte do dinheiro.

O Campo Grande News apurou que o marido de Juliana Sambugaro é o personal trainer Fulvio Stefano Nicolich, que nas redes sociais se identifica como “Cigano Maromba”.

Praticante e instrutor de musculação, Fulvio é natural do Rio Grande do Sul e gosta de ostentar posando para fotos ao lado de veículos de luxo e viagens a paraísos turísticos, como Dubai, nos Emirados Arabes Unidos, onde esteve com Juliana Sambugaro em data desconhecida.

Ao contrário da mulher, que excluiu suas contas nas redes sociais após o golpe chegar ao conhecimento da polícia, “Cigano Maromba” continua ativo. Há 3 dias ele postou foto no Instagram em frente a um prato de salada e ovo cozido. No dia 28 de setembro, postou foto ao lado do fisiculturista Julio Balestrin.

O Campo Grande News encontrou processo cível em que Fulvio e Juliana foram acusados de fraude envolvendo o recebimento indevido do aluguel de um apartamento em Diadema (SP). Uma ex-sócia da mãe de santo também a denunciou por falsificação de documento, conforme boletim de ocorrência registrado na 15ª Delegacia de Polícia, em Itaim Bibi (SP).

Em Dourados, o golpe contra a empresa agrícola é investigado pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil. Os policiais não revelam detalhes das investigações, mas a reportagem apurou que Fulvio está entre os investigados.

Fulvio e a mãe de santo Juliana Sambugaro (Foto: Reprodução)
Fulvio e a mãe de santo Juliana Sambugaro (Foto: Reprodução)

Transferências diárias – A coordenadora financeira da empresa douradense fazia consultas espirituais de forma online com Juliana Sambugaro desde 2018. O motivo que a levou a procurar a mãe de santo ainda não está claro.

Em agosto de 2020, a mãe de santo teria começado a aplicar o golpe. Com a ajuda de “Mãe Jade”, ela convenceu a funcionária a fazer transferências diárias para as contas indicadas por elas.

À polícia, a funcionária, de 34 anos de idade, disse que a transferência teria de ser feita todos os dias, durante um mês – de 28 de agosto a 28 de setembro – como “penitência espiritual”. Caso contrário, a mãe de santo enviaria espíritos malignos contra a douradense até que ela cometesse suicídio.

E dessa forma o golpe foi colocado em prática. Todos os dias a funcionária transferia quantias milionárias para as contas dos golpistas.

A reportagem apurou que Juliana Sambugaro se espantou quando o valor chegou a R$ 30 milhões. Em áudio enviado pelo aplicativo WhatsApp, ela soltou um grito de comemoração. Depois disso, mais R$ 20,8 milhões foram transferidos.

A polícia ainda não sabe se o dinheiro saiu da conta oficial da empresa ou através de outras operações. Na semana passada, a funcionária procurou a polícia e contou a história. Afastada da empresa, ela alega ter sido vítima de extorsão. O celular dela foi apreendido e vai passar por perícia.

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