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Interior

Ministério Público investiga desperdício de medicamentos para diabetes

Órgão constatou a existência de milhares de medicamentos com vencimento até 31 de agosto

Gabriel Neris | 20/09/2018 14:26
MPF encontrou centenas de caixas de medicamento no almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde (Foto: MPF/Divulgação)
MPF encontrou centenas de caixas de medicamento no almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde (Foto: MPF/Divulgação)

O MPF (Ministério Público Federal) investiga o suposto desperdício de medicamentos para diabetes por parte da Secretaria Municipal de Corumbá, a 419 km de Campo Grande. O órgão aponta que teve acesso a uma lista com o registro de vencimento de 1.444.280 comprimidos de metformina e 3.565.990 comprimidos de glibenclamida, medicamentos usados para o tratamento de diabetes tipo 2.

De acordo com o MPF, duas vistorias foram realizadas em agosto no almoxarifado da pasta. Em uma das visitas foram contabilizadas 349 caixas de metformina, totalizando 349 mil comprimidos, e 249 caixas de glibenclamida, com 1.349.250 comprimidos, com vencimento em agosto deste ano.

O secretário Rogério dos Santos Leite acompanhou a vistoria e disse que possivelmente tenha ocorrido um "abuso" na compra da gestão anterior. Também respondeu que foi aberta sindicância para “apurar a responsabilidade na aquisição, bem como a responsabilidade por deixar o medicamento vencer sem a devida utilização”.

Porém, o MPF aponta que no relatório da auditoria do município consta a informação de que a gestão atual está ciente dos excessos dos medicamentos em estoque desde março do ano passado. "A Secretaria Municipal de Saúde, ciente do excedente de medicamentos, poderia ter adotado diversas medidas, como permuta ou doação para outros municípios, mas permaneceu inerte, ocasionando o desperdício de milhões de comprimidos", aponta o Ministério Público.

A procuradora da República Gabriela de Góes Tavares classifica a situação como "discrepância" e deixa dúvidas sobre a destinação dos medicamentos excedentes. Em resposta ao MPF, a secretária-adjunta de Estado de Saúde, Gyselle Tannous, disse que como a validade dos medicamentos expiraria no dia 31 de agosto não seria possível distribui-los a outros municípios.

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