Ministério Público questiona autorização para mega festa em Dourados
Aglomeração ocorreu no fim de semana, com aval da prefeitura, e acabou após denúncia
Enquanto Dourados soma 135 mortes relacionadas à covid-19 e 100% dos leitos de UTI ocupados, imagens de festa “sunset” realizada no fim de semana impressionam pela falta de distanciamento e do uso de máscaras. O Ministério Público Estadual questiona a autorização para a realização do evento, sem nenhum tipo de controle, conforme as imagens gravadas no local.
A realização da festa contava com aval da prefeitura, levando preocupação as autoridades sanitárias diante da pandemia do novo coronavírus. Mas segundo disse hoje pela manhã o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, eram mais de 600 pessoa no local. A aglomeração fez a SES acionar o Ministério Público Estadual.
“Ontem ficamos estarrecidos com a 'festa sunset' em Dourados, inclusive autorizada pela administração municipal de Dourados e Vigilância Sanitária”, reclamou em live de divulgação do boletim epidemiológico.
Segundo o promotor de Justiça Claudio Ferreira Gomes, plantonista do fim de semana, o MPMS recebeu a denúncia do evento, realizado no salão de eventos Cerrado Brasil. A Guarda Municipal também foi acionada.
Ao chegarem no local, Guarda Municipal e Vigilância Sanitária perceberam que os participantes estavam indo embora, mas o Ministério Público afirma que conseguiu fotos e vídeos que mostram aglomeração descontrolada.
Durante o evento, não tiveram qualquer controle das regras básicas de distanciamento social no momento em que aumentam o número de casos, o número de mortes e os leitos de UTI, razão pela qual a situação merece ser esclarecida, para apuração de responsabilidades por eventual descumprimento de regras ou medidas sanitárias preventivas”, apontou o promotor.
Procurada, a Vigilância Sanitária informou que o evento foi realizado conforme o decreto de 8 de outubro, quando é necessário apresentar somente o plano de biossegurança e que os organizadores perderam o controle durante a festa. Segundo a Vigilância Sanitária, os próprios organizadores dispensaram os participantes assim que perceberam o descontrole.
A reportagem tentou contato com os organizadores, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.