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Interior

Morador se acorrenta a prédio público e diz que só sai se falar com prefeita

Fabio da Silva vive em área invadida em Sidrolândia e faz parte de grupo que exige regularização

Anahi Zurutuza | 09/05/2022 10:28
Fabio Pereira da Silva diz em vídeo que quer reunião com prefeita. (Foto: Reprodução)
Fabio Pereira da Silva diz em vídeo que quer reunião com prefeita. (Foto: Reprodução)

Um homem identificado como Fabio Pereira da Silva, morador de invasão chamada de Acampamento Jatobá, em Sidrolândia, se acorrentou em frente à prefeitura da cidade na manhã desta segunda-feira (9). Preso ao pé de um coqueiro com corrente e cadeado, ele exige reunião com a prefeita Vanda Camilo (PP) e diz que só sairá do local quando ela o receber.

“Tô aqui, ó, acorrentado... Minha manifestação é pacífica, dentro da lei, dentro da legalidade. Vou ser questionado por uma meia dúzia de puxa-saco, que mama nas tetas da corrupção, mas para mim, tanto faz. Eu só peço uma reunião com a excelentíssima prefeita, a líder do Executivo e digo que o dinheiro não é da prefeitura, é do povo. Cabe a ela administrar e aplicar em políticas públicas. A prefeita prometeu uma reunião com o superintendente [Luiz Ribeiro Rosa] da SPU [Superintendência do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul] há mais de três meses e até agora nada. Aí, eu venho cobrar, ela não me recebe. Porque o povo do Jatobá quer uma resposta, se vai fazer ou se não vai fazer”, diz o manifestante em vídeo enviado ao Campo Grande News por meio do canal Direto das Ruas. Veja:

A reportagem apurou que Fabio está se referindo a pedido antigo de moradores da área invadida. As cerca de 140 famílias que ocupam, desde 2018, terreno da antiga Esplanada Ferroviária de Sidrolândia pedem melhorias e lutam pela regularização fundiária do loteamento ilegal.

Waldemar Acosta, chefe de gabinete da prefeitura, explica que é um impasse difícil de ser resolvido, uma vez que a SPU fez proposta de permutar a área para que, pertencendo ao município, o Executivo possa tomar providências para legalizar a ocupação. O problema é que a administração municipal teria de investir em compra ou desapropriação milionária de terreno para oferecer à União em troca e, atualmente, não dispõe de recursos para tal.

Até melhorias, como limpeza e cascalhamento de ruas, a administração está proibida de fazer no Acampamento Jatobá, de acordo com o registrado pela imprensa local em fevereiro deste ano. A Superintendência do Patrimônio da União enviou ofício questionando a prefeitura sobre benfeitorias realizadas na área. Segundo publicado pelo Sidrolândia News, à época, o documento também alerta para que a gestão municipal deixe de executar qualquer melhoria no local, uma vez que se trata de invasão.

Área da União invadida em 2018 abriga hoje, pelo menos, 140 famílias. (Foto: Região News)
Área da União invadida em 2018 abriga hoje, pelo menos, 140 famílias. (Foto: Região News)

O ofício, conforme noticiado, faz menção a "gastos que facilitem a consolidação de uma irregularidade patente", ou seja, uso de dinheiro público em benfeitorias que podem facilitar a comercialização de lotes de forma irregular.

O chefe de gabinete afirma que o cidadão faz protesto pacífico e “está no direito dele”. Lembra que Fabio já esteve outras vezes em frente à prefeitura com cartazes e que a equipe sempre se colocou à disposição para recebê-lo, mas ele se recusa a falar com outra pessoa que não a prefeita.

Waldemar ressalta ainda que Vanda Camilo já se reuniu em outra ocasião com moradores do Jatobá para explicar o imbróglio.

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