Rota da celulose, BR-262 tem 32% de acidentes graves com caminhões
PRF vai criar mais um posto de fiscalização na rodovia, no trecho entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo
Com a chegada de uma grande empresa de celulose na cidade de Ribas do Rio Pardo, distante 98 quilômetros de Campo Grande, o fluxo de veículos aumentou consideravelmente na BR-262, principalmente, entre os km 232 e 325. A consequência é o aumento de acidentes graves.
O Campo Grande News entrou em contato com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que informou medidas que estão sendo tomadas para frear o alto número de acidentes registrados nesse trecho.
De acordo com a corporação, entre janeiro de julho deste ano, 46 acidentes foram notificados na rodovia que liga a Capital ao município de Ribas do Rio Pardo. Desse total, 32% dos veículos são de grande porte. Conforme apurado, a maioria foi ocasionada por comportamento imprudente ou desatenção dos condutores.
Para tentar minimizar os casos, a PRF está construindo uma Unidade Operacional na região de Ribas do Rio Pardo para que, assim, a fiscalização no trecho seja intensificada como forma de coibir os comportamentos de risco. A obra deve ser entregue em 2024.
Além disso, a corporação está realizando uma série de escoltas de comboios, dedicadas ao Estado de Mato Grosso do Sul, principalmente no trecho entre os municípios.
“A realização desse serviço é atribuição própria da PRF e está diretamente ligada à segurança viária e prevenção de acidentes. O objetivo é garantir a devida sinalização do transporte de cargas indivisíveis e excedentes em peso ou dimensões, as quais, com a instalação da empresa de celulose, têm sido bastante frequentes na região. A previsão é de que sejam realizadas, ao todo, 350 escoltas este ano”, afirmou a assessoria de imprensa.
Medo – A reportagem percorreu o trajeto feito por milhares de pessoas diariamente e, durante a viagem, encontrou um caminhão transportando peças com tamanhos acima do normal, sendo escoltado por uma equipe da PRF. O objeto seguia sentido Capital/Ribas do Rio Pardo.
O motorista de caminhão, de 51 anos, que preferiu não se identificar, contou que as viagens realizadas com frequência na rodovia o fizeram ser testemunha de alguns acidentes ocorridos no local.
“Eu percorro por essa estrada com muita frequência e vejo que o fluxo aumentou demais com a chegada da empresa lá em Ribas. A duplicação é urgente, porque muita gente tem perdido a vida aqui”, disse.
Outro motorista, de 47 anos, relatou que, apesar de a rodovia estar atualmente com o asfalto em boa qualidade, a duplicação se faz necessária para evitar os acidentes que, em grande maioria, são de colisões frontais.
“Eles arrumaram a pista, colocaram um asfalto melhor e acostamento, mas isso não é suficiente, porque o número de carreta andando aqui mais que dobrou. Não é à toa que tem hora que tem congestionamento”, declarou.
Prevenção – Para quem trafega pela rodovia, a PRF orienta os condutores a dirigirem de forma defensiva, ou seja, levando em conta que outros motoristas e usuários da via podem cometer eventuais erros, sendo preciso estar preparado para evitar acidentes graves.
- Respeitar os limites de velocidade;
- Manter distância de segurança dos demais veículos;
- Manter a manutenção do veículo em dia;
- Evitar distrações, tais como o uso do celular, ao dirigir;
- Ultrapassar apenas quando for permitido e quando a visibilidade for adequada e houver espaço/tempo suficiente para a conclusão da manobra com segurança; e
- Sempre sinalizar suas intenções no trânsito. Esta última vale também para as situações em que o trânsito está impedido por algum motivo. Ao visualizar um "Pare e Siga", reduza imediatamente a velocidade, ligue o "pisca alerta" e mantenha distância do veículo da frente.
O Governo de Mato Grosso do Sul foi procurado a respeito de futuras obras no trecho e informou que "tem atuado junto à bancada federal no Congresso e junto ao governo federal para que as melhorias na BR-262 aconteçam".
Destacou, também, que recentemente foi liberado recurso para manutenção da via, através do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte).
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