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Interior

Mulher procura polícia e diz que ossadas eram do marido e amigos dele

Depoimento contraria polícia paraguaia que apontou um dos mortos como membro do PCC após achar identidade na cova

Helio de Freitas, de Dourados | 03/09/2018 15:39
Ossadas foram encontradas em valas em Bella Vista Norte, no dia 23 de agosto (Foto: Arquivo)
Ossadas foram encontradas em valas em Bella Vista Norte, no dia 23 de agosto (Foto: Arquivo)

O depoimento de uma mulher que procurou a polícia paraguaia dá novos rumos às investigações sobre as três ossadas humanas encontradas no dia 23 do mês passado em uma vala na Colônia Sargento Duré, nos arredores de Bella Vista Norte, cidade paraguaia vizinha de Bela Vista (MS), a 322 km de Campo Grande.

Segundo a imprensa paraguaia, Karen Monzón Martínez disse que os restos mortais são de Abner Lopes Siqueira, Leandro Rosa Alves e André Fernandes de Souza. Ela fez o reconhecimento das ossadas hoje, mas a polícia paraguaia não revelou qual deles era marido de Karen.

A mulher contou aos policiais paraguaios que os três saíram juntos e estavam desaparecidos há vários meses. Se a história foi comprovada, representa uma reviravolta na investigação.

Na semana passada, policiais paraguaios afirmaram que as mortes estavam ligadas à guerra travada entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho pelo controle do tráfico de drogas na Linha Internacional.

Peritos tinham encontrado no bolso da calça de um dos mortos um documento de identidade em nome de José Raimundo Gomes Serra, 36, morador em Goiânia (GO).

Segundo fontes policiais, José Raimundo era braço direito de um dos chefes do PCC na fronteira com Mato Grosso do Sul, Sérgio Ramão Vargas Ramos, 38, o “Porcão”.

No dia 22 de fevereiro do ano passado, 15 pistoleiros invadiram a chácara onde Porcão morava, na mesma colônia onde as ossadas foram encontradas.

Armados com fuzis automáticos, eles mataram o segurança do traficante, Fábio Muniz de Souza, e feriram com um tiro na perna o filho de Porcão, Fernando de Araújo Vargas, 18. O chefe do PCC conseguiu fugir do cerco e correu para o mato, mas foi cercado e morto com pelo menos 80 tiros.

Registros do departamento de imigração do Paraguai revelam que José Raimundo ingressou naquele país no dia 26 de julho de 2017 e se hospedou em um hotel de Bella Vista Norte no dia 10 de agosto do mesmo ano. Em seguida ele desapareceu.

José Raimundo teria regressado à região para vingar a morte do chefe e retomar os negócios deixados por ele. Só que antes de colocar em prática o plano de vingança, foi descoberto pelos bandidos rivais e sequestrado junto com dois pistoleiros.

Agora, a polícia vai investigar a história contada pela mulher, para saber se de fato os restos mortais são dos três homens apontados por ela.

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